REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
As cenas de violência envolvendo policiais militares no confronto contra manifestantes na região do Iguatemi, no último sábado, continuam repercutindo em todo o país. O Iguatemi foi transformado em uma verdadeira praça de guerra, com disparos de balas de borracha, spray de pimenta e bombas de gás. Muitas bombas. Na ação da Polícia Militar, sobrou até repórteres que faziam a cobertura da manifestação – um foi preso e outro acusou a polícia de agredí-lo. No Vale dos Barris, outro profissional foi obrigado a deletar fotos da máquina depois de registrar a prisão de manifestantes.
Ontem, ao retornar de Brasília depois do encontro dos governador com a presidente Dilma Rousseff, o governador Jaques Wagner lamentou as cenas e disse que houve precipitação da PM.
“Acho que houve uma precipitação diante da preocupação em liberar logo a via”, resumiu Wagner, evitando falar mais sobre a ocorrência.
“Eu não conheço nenhum outro caminho que não seja o do diálogo e da negociação. O que aconteceu no Iguatemi foi o ponto fraco de um processo que estava sendo muito bem conduzido”, sustentou.
Para Wagner, o ”grande recado das ruas” foi acolhido pela presidente Dilma e por ”todos os governadores e prefeitos” do país.
”É um chamamento para o despertar da cidadania, mas as questões não se resolvem de uma hora para outra. E o mais importante é o referendo político”, sustentou.
A reforma política, na opinião do governador, pode ser possibilitada com mais celeridade mediante a participação popular. “Dificilmente um congresso eleito vai mudar as regras políticas. Então, uma constituinte eleita para um fim específico de mudar as regras políticas pode fazer essas mudanças com mais propriedade. O importante é o que o grito das ruas bateu forte e está sendo ouvido por todos”, afirmou.
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