Vinícius Lisboa
Agência Brasil
Rio de Janeiro – Um morador de rua detido durante o confronto entre policiais e manifestantes em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) ontem (17) foi liberado após o pagamento da fiança de R$ 700. Os advogados que se voluntariaram a defender os detidos organizaram uma “vaquinha” e até pediram dinheiro a pessoas que passavam na rua para completar o valor.
“Eu estava saindo de onde eu moro, na Praça XV, e vi a polícia botando o pessoal para correr, e eu me assustei também. Quando eles me viram correndo, deram um tiro, eu me abaixei. Aí eles me algemaram e me trouxeram para cá”, disse Nilton dos Santos, 23 anos, que vai responder por formação de quadrilha.
O delegado adjunto da 5ª Delegacia de Polícia, Antonio Ferreira Bonfim Filho, disse que os presos foram flagrados cometendo crimes. Ainda segundo ele, apesar de responderem pelo que foram autuados, a investigação pode desqualificar as acusações em um segundo momento.
Para o advogado Rodrigo Montego, da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro (OAB-RJ), as prisões foram feitas de forma arbitrária. “Ele [Nilton dos Santos] mostra isso, um morador de rua que não conhece ninguém e não tem relação com nenhum dos universitários que foram presos”. Ainda segundo Montego, nenhum dos universitários se conhecia. Após o confronto, eles foram detidos em pontos diferentes da cidade, inclusive em pontos de ônibus e fazendo registros dos danos.