VICENTE DE PAULA
Que a medicina baiana sempre esteve abaixo da crítica em termos de qualidade, não é novidade pra ninguém. Basta observar o comportamento dos políticos, notórios salvadores da pátria baiana tipo ACM (já falecido graças ao Senhor do Bonfim), Paulo Souto, Antonio Imbassay e outros menos cotados, que diante de uma simples dorzinha de barriga corriam (e correm) pra Sun Palo, já que não acreditam na competência dos nossos médicos.
Até aí, nada de anormal, desde que tais tratamentos – caríssimos – não fossem bancados com o dinheiro sagrado dos baianos que ingenuamente os elegeram. E o mesmo acontece com a medicina de outros estados. Roseane Sarney, por exemplo, nem consulta os médicos do Maranhão e vai logo para os melhores hospitais paulistas, seguindo as pegadas de seu pai, que não para de sugar o sangue dos combalidos maranhenses, os quais, diga-se a verdade sem hipocrisía, nunca adquiriram vergonha na cara para expulsar, pelo voto, essa escória Sarneytista do poder.
É uma situação repugnante, mas é a realidade. Na Bahia e na maioria dos estados do Nordeste, os cursos de medicina são mambembes, sem qualificação e especialização e para se constatar essa verdade é só acompanhar o tratamento dispensado nos hospitais públicos de cada estado.
Na Bahia, hospitais públicos funcionam como autênticos matadouros. No fim do ano passado perdemos o jornalista Wellington Ribeiro, o Major, vítima da deficiência de atendimento no Hospital Roberto Santos. Chegou andando, foi abandonado em mãos de técnicos em enfermagem e em menos de 40 horas de internamento estava morto.
O caso do cantor Netinho é um atestado inquestionável dessa deficiência da medicina baiana, seja em hospitais públicos ou particulares. Os procedimentos dispensados a Netinho estavam na contramão da realidade e os efeitos, que deveriam aliviar as dores e os problemas do figado, desencadearam uma série de outros sintomas, agravando a situação.
Quer dizer: os médicos que o atenderam não tiveram a capacidade e especialidade devidas para identificar o que realmente estava acontecendo, e não fosse transferido rapidamente, a esta altura, véspera do Dia das Mães, poderia estar sendo enterrado.
O episódio Netinho deve (e precisa) servir de alerta para os governantes baianos que torram milhões de $$$$$$$$$$$ em propaganda mentirosa, em todas as áreas da administração, e não aplicam, nem 10% sequer, na profissinalização e especialização de formandos, dotando-os de ensino suplementar e práticas elementares, evitando que comentam enganos graves no exercício da profissão que abraçaram.
Uma informação – não confirmada – diz que a cantora Ivete Sangalo teve palavra decisiva na transferência de Netinho para São Paulo, revelando a sua preocupação com o quadro grave do estado de saúde do cantor. (Blog de Vicente de Paula)
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