Não encaixou bem e soou estranho e muito mal, até na área do Governo do Estado, a comparação feita pelo diretor da Agersa, Raimundo Filgueiras, entre o aumento das tarifas da Embasa, os problemas atuais enfrentados pela população com o fornecimento de água e o racionamento de energia elétrica de 2001.
Profissionais da área de energia da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) e da Coelba ficaram de queixo caído com a comparação feita e divulgada pela TV Bahia.
Para justificar o aumento de 9,8 % que a Agersa concedeu para a sua có-irmã Embasa (a Agersa, como a empresa de água, também é subordinada à Sedur), Filgueiras deu a entender que em 2001, mesmo com racionamento, foram praticados reajustes nas contas de energia.
Ora, ora.
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A comparação é estapafúrdia. O complexo sistema de energia elétrica do país é interligado, não é localizado como o da Embasa. O racionamento só durou até quando os níveis de água dos reservatórios foram normalizados. E não houve aumento de tarifas coisa nenhuma. Houve sim, metas de consumo estabelecidas para o cliente.
Ao contrário do que ocorre agora, que mesmo com racionamento a Embasa é contemplada com aumento bem acima da inflação, o que gerou a revolta natural dos consumiroes e de vários segmentos da sociedade.
A Coelba, fornecedora de energia, também não acumulou reajustes sempre bondosos, como acontece com as tarifas da Embasa. A concessionária de energia é regulada pela respeitada Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica. .
Somente este ano as contas da Coelba foram reduzidas duas vezes em favor do consumidor, por decisão da Aneel.
E foram reduções de impacto: a primeira, em janeiro deste ano, de 18,96 % e a segunda, em abril passado, de 10,53 %.
Enquanto isso, as contas de água dispararam e a Embasa foi beneficiada com mais de 150 % de reajuste de suas tarifas em apenas cinco ano.
Não há comparação, pois. Nem se pode comparar, também, o nível de autonomia e de profissionalismo de agências reguladoras como Aneel e Anatel com uma Agersa da vida. Com todo respeito.
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