LUÍS AUGUSTO GOMES
As duas horas e quarenta minutos de reunião do prefeito ACM Neto com a bancada da oposição na Assembleia Legislativa serviram, em grande parte, para que todos os deputados apelassem ao prefeito no sentido de considerar a possibilidade de candidatar-se ao governo em 2014.
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Foi, possivelmente, uma manifestação estudada de prestígio ao novo líder, a qual, no íntimo, não corresponde a um projeto realista. Neto, segundo disse a este blog um participante, respondeu que não é candidato e classificou de “missão” o trabalho a que se propõe em Salvador.
Entre os presentes, além dos deputados estaduais, nomes que podem vir a cumprir outra missão, talvez mais dura, a de enfrentar o governo na próxima eleição: o prefeito José Ronaldo, o deputado Antonio Imbassahy, o ex-governador Paulo Souto e o ex-prefeito João Gualberto.
Outras personalidades foram lembradas para a disputa, como o secretário José Carlos Aleluia e o secretário-geral nacional do PMDB, Geddel Vieira Lima, representado pelos três parlamentares do seu partido.
Prefeito seria “bom eleitor” em 2014 – O líder da oposição, Elmar Nascimento, disse a jornalistas que na reunião com Neto, em que se avaliou como de desgaste a situação do governo, o bloco decidiu “começar a afunilar a parte política, com cada um colocando legitimamente sua postulação”, para a preparação de uma candidatura ao governo do Estado.
“O governo antecipou a questão eleitoral por falta de outra pauta”, afirmou o líder, descartando, porém, o futuro lançamento de Neto. “Ele está centrado na administração, preocupado em ajustar a máquina, para começar a colher dividendos em 2014. Não vai sair com três meses. O que o prefeito quer é ser um bom eleitor”.
Nesse aspecto, Elmar entende que a oposição pode ter um representante competitivo: “Reproduz-se o cenário de quando perdemos a eleição em 2006. O prefeito João Henrique era bem cotado, não quis, Wagner acabou ganhando. Ficou claro que o voto não era de João Henrique, era a vontade de mudança”.
Segundo o parlamentar, a eleição de governador obedece preferencialmente ao conceito que o eleitor faz dos candidatos na televisão, sendo hoje pequena a influência dos prefeitos. Ele dá um exemplo: “Em Xique-Xique, as duas grandes lideranças, Reinaldo Braga e José Magalhães, apoiaram Paulo Souto, mas foi Wagner quem ganhou no município”.
Líder vê novo confronto plebiscitário – Para o deputado, estamos nos encaminhando para mais uma eleição plebiscitária, em que mesmo a entrada da senadora Lídice da Mata no páreo, com a candidatura presidencial do governador Eduardo Campos, não seria suficiente para mudar o quadro, porque “o PSB é fraco no Estado”.
Com “densidade” para ser um terceiro postulante de peso na corrida eleitoral baiana, caso quisesse concorrer de forma independente, Elmar só enxerga o vice-governador Otto Alencar, hoje aliado do governo e com quase 100% de certeza de que estará na chapa majoritária oficial no próximo ano. (Por Escrito)