Horas depois de o governo anunciar o agravamento do estado de saúde de Hugo Chávez, o vice-presidente Nicolás Maduro disse nesta terça-feira que a doença pode ter sido induzida por “inimigos da pátria” que fizeram uma “guerra suja e psicológica” contra o líder venezuelano. Ele afirmou ainda que um adido militar da embaixada americana, identificado como David del Mónaco, será expulso do país por tentar aliciar militares para desestabilizar a Venezuela.
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Sem dar mais detalhes do suposto complô, Maduro comparou o caso de Chávez com o de Yasser Arafat, morto em 2004, e disse que já teria pistas suficientes sobre os responsáveis por causar o câncer do presidente. Maduro afirmou ainda que o caso pode ser investigado no futuro.
– Não temos dúvida de que vai chegar o momento indicado na história em que uma comissão científica poderá comprovar que o comandante foi atacado. Os inimigos buscaram a hora certa para atacar o comandante com esta doença – disse Maduro. Já temos pista e chegará o momento em que o caso será investigado. O tempo vai provar – acrescentou.
Sobre a expulsão do adido militar americano, confirmada pelo Pentágono, o vice afirmou que Mónaco tem 24 horas para deixar o país porque teria tentado coagir militares venezuelanos a agirem contra o presidente e propor projetos desestabilizadores. O chanceler venezuelano, Elías Jaua afirmou, pouco depois do pronunciamento, que outro funcionário americano da Força Aérea, Deblin Costal, também será considerado persona non grata por ter contatado militares venezuelanos, para tratar de assuntos internos.
Em seu discurso, Maduro insinuou ainda que os frequentes apagões no sistema elétrico seriam obra de sabotagem:
– Estão brincando com fogo – disse.
Pouco depois, os Estados Unidos se pronunciaram e reiteraram sua solidariedade ao presidente venezuelano, sem citar as acusações.