AGÊNCIA ANSA
Cidade do Vaticano – As razões que levaram Bento XVI a renunciar não seriam o cansaço ou a doença, mas fortes conflitos internos ao Vaticano, diz psiquiatra italiano Vittorino Andreoli.
Segundo Andreoli, a renúncia do Papa foi “um ato dramático ditado por uma situação de conflitos e oposições internas no mesmo ambiente vaticano, que ficou insustentável”.
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Não seria a idade avançada, nem a depressão, mas um clima que “rendeu impossível para o Papa continuar sua ação de governo da Igreja”, afirma o psiquiatra.
A confirmação dessa hipótese é o fato que Bento XVI “não apresente absolutamente os sinais de uma sintomatologia depressiva: suas mesmas considerações no anunciar a decisão de se demitir mostram um homem mentalmente capaz, em qual não se vê nenhuma patologia mental e nenhum sinal de uma velhice particularmente debilitante. Tanto que ele levou adiante compromissos e viagens até poucas semanas atrais, e acabou de escrever um livro que está no topo das classificas”.
O psiquiatra “não acredita na hipótese de uma síndrome depressiva como atendível e considera, ao contrario, que possa se considerar a hipótese de conflitos crescentes no Vaticano, como demonstram também as mais recentes noticias”. Um clima de pesadas oposições que teriam deixado extremamente pesado o trabalho do pontífice na gestão do governo da Igreja, continua Andreoli.
Também os escândalos ligados ao chamado “Vatican Leaks”, a traição do mordomo e outros escândalos “tiveram um peso”. O psiquiatra conclui que existem elementos para “supor que a escolha do Papa seja mais ligada aos “segredos da Igreja” que aos “segredos da mente” de um homem idoso em frente a um crescente conflito. Seria como se Bento XVI tivesse “deixado de lutar”, afastando-se de um ambiente que não sente mais como adequado”.