Mais de 120 PMs palmilham as densas matas da região entre Cotiporã e Veranópolis, na Serra do Rio Grande do Sul, à procura dos remanescentes do bando de Elisandro Falcão, foragido morto em tiroteio com policiais na madrugada de hoje. A Brigada Militar mobilizou tropas de elite — os Batalhões de Operações Especiais (BOE) — de Caxias do Sul, Passo Fundo e Porto Alegre atrás da quadrilha. O motivo é que os bandidos fugiram com sete reféns, que ainda estão desaparecidos.
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Desses, dois reféns moram na área urbana de Cotiporã e os demais são agricultores que foram pegos numa casa na colônia e levados dentro de um Astra e um Audi pelos bandidos. Os reféns seriam dois homens, quatro mulheres e uma criança. Os ocupantes dos veículos trocaram tiros duas vezes com PMs. Os carros foram inutilizados pelos tiros e abandonados, mas os quadrilheiros conseguiram fugir junto com os sete escudos humanos.
É certo que os 4 mil habitantes de Cotiporã nunca viram algo igual. A noite de sábado, agradável, convidava a uma cerveja e por isso um dos bares situados no centro da pequena localidade serrana permaneceu aberto. Eram 2h quando um bandido, de touca negra e fuzil, entrou na lancheria e rendeu os clientes. Mais de 30 pessoas que bebericavam ali ou jogavam boliche foram feitas de reféns.
Ao saírem, com mãos na cabeça, os reféns viram que existiam bandidos por toda a praça Maurício Cardoso, a principal da cidade. Uns ficavam perto da Igreja Matriz, outros próximo à fábrica de joias Guindani — alvo prioritário da quadrilha — e também em cada esquina próxima ao templo.
Transformados em escudos humanos, os homens que bebiam no bar foram obrigados a tirar camisas e sapatos. As mulheres, apenas os calçados. Isso foi feito para constrangê-los e impedir tentativas de fuga. Todos tiveram também de deixar celulares, chaves e dinheiro dentro de sacolas trazidas pelos bandidos. (Zero Hora)