JOSIAS DE SOUZA
Em 2005, ano em que o vocábulo ‘mensalão’ virou manchete, Fernanda Karina Somaggio era secretária de Marcos Valério. Anotava na agenda os encontros do chefe com personagens como Delúbio Soares. Testemunhou o vaivém de malas de dinheiro. Num depoimento de mais de 12 horas forneceu dados que ajudaram a CPI dos Correios a puxar o novelo de provas que, esmiuçadas pela Polícia Federal, compõem o processo em julgamento no STF.
Decorridos sete anos, Fernando Karina enxerga nas sentenças do Supremo um primeiro passo “para as pessoas começarem a ver que existe Justiça para todo mundo” no Brasil. Em entrevista ao repórter Bruno Lupion, a ex-scretária conta que Valério imaginava que ficaria impune. Instada a comentar o novo depoimento em que o ex-chefe citou Lula e se dispôs a reveler fatos novos à Procuradoria em troca da inclusão no programa de proteção a testemunhas, Fernanda Karina disse:
“Não sei de nenhum fato novo. Ele é articulador, conhece todos os meandros. Tanto que montou um esquema do tamanho que é. Ele sabe jogar. Talvez esteja blefando. Talvez não. Ele achava que nunca seria condenado, como era a praxe antigamente.” Reitera algo que revelara na época em que o escândalo explodiu: “…Teve teve muito documento queimado, muito documento sumiu. Se existiam documentos que foram escondidos, eu não estava junto, eu não sei.” E quanto a Lula? “Se existe prova, não conheço. Eu não soube de nada com o nome do Lula.” (Blog do Josias)