Aos que dizem que foi ele quem assinou o convênio com a ONG Pierre Bourdieu, quando foi secretário da Educação em Salvador, conforme citado ontem em nota publicada nesta coluna, Ney Campelo, hoje secretário da Secopa (Estado), é enfático:
– É mentira. Fui exonerado em 30 de novembro de 2007 e o contrato com a Pierre foi assinado em 30 de dezembro de 2007. Acho esse contrato digno de uma investigação do Ministério Público e da polícia. O único Pierre que eu conheço é o Verger.
Que o caso da Pierre Bourdieu é de polícia não há sombras de dúvidas. Ontem, o vereador Sandoval Guimarães disse na Câmara ter sido informado de que a tal ONG colocou como diretor jurídico Elder dos Santos Verçosa, que é chefe da Procuradoria Fiscal do Estado.
O nome de Verçosa de fato está na documentação. E a assinatura também. Com o detalhe: é falsa. O próprio Elder confirmou o fato. E informou que entregou o caso para a polícia. Como a Delegacia de Estelionato e Outras Fraudes está em reforma, foi orientado a dar queixa na 6ª Delegacia.
– A falsificação é grosseira.
Ney Campelo tem um documento que coloca a Pierre Bourdieu sob suspeita. É uma ata mostrando que em 2008 ela chamava-se Instituto Olo quando mudou o nome para Pierre Bourdieu.
Curiosamente, a Pierre Bourdieu diz possuir CNPJ e desde 2005.
O fato é que ela movimentou algo em torno de R$ 60 milhões, no rastro da municipalização das creches de Salvador.
Se assim o é, nossos bebês carentes nunca foram tão bem tratados. É só a polícia ver se confere. (Levi Vasconcelos, de A Tarde)
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