Rodas cromadas, som mais potente ou até mesmo um adesivo protetor da pintura. Os apaixonados por automóveis não medem esforços para cuidar de suas ‘máquinas’ e, por isso mesmo, ajudam a movimentar um mercado de R$ 8 bilhões por ano no Brasil, de acordo com a Associação Brasileira de Acessórios Automotivos (ABAA). Há oportunidades para pequenas empresas, mas o empreendedor disposto a abocanhar parte desse dinheiro precisará investir em qualidade para convencer uma clientela pra lá de exigente.
“Carro é uma paixão do brasileiro. Desde criança, o menino ganha bola e carrinho. E espera ansioso para fazer 18 anos e tirar a carteira de motorista. A customização é uma forma de dar um toque pessoal ao veículo. É comum uma pessoa gastar em acessórios uma quantia superior ao valor do automóvel”, analisa o presidente da ABAA, Eduardo Bernasconi. Para o especialista, além do movimento de personalização, outra tendência ajuda a formar um mercado promissor para quem pretende empreender no segmento.
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São grupos de pessoas que alugam pistas para acelerar com segurança. “Esse movimento está se popularizando no Brasil. Isso tira o racha das ruas, garante segurança e ajuda a movimentar o mercado”, analisa.
Pela estimativa da associação, existem pelo menos 12 mil lojas especializadas em acessórios para aumentar a performance ou simplesmente dar um toque pessoal ao veículo. Dessa forma, para Bernasconi, investir no segmento é interessante, mas exige do interessado preparação. “É um bom segmento, desde que você priorize um bom serviço e atendimento. Se vai abrir uma loja de roda e pneu, precisa entender de roda e pneu. Cada marca tem um tipo de perfuração, por exemplo”, pontua.
O conselho é fazer cursos, estudar e praticar. “Não adianta abrir (uma empresa) só porque gosta do assunto”, observa o presidente da ABAA. Campo de atuação, porém, não falta. Além do setor de rodas e pneus, o candidato a empreendedor vai encontrar espaço nas áreas de eletrônicos, modificação, suspensão, pintura, entre outras.
Escolha – O empresário Paulo Surya Bento, 46 anos, escolheu a área de envelopamento e criou a Preto Fosco. A técnica consiste em aplicar um adesivo no carro para proteger a pintura ou simplesmente atender a uma demanda estética do proprietário.
A rede, com nove lojas em funcionamento, tem expectativa de faturar R$ 5 milhões em 2013. A ideia de abrir a empresa surgiu após Bento visitar uma feira nos Estados Unidos e descobrir o sistema. Da viagem ao primeiro carro envelopado foram quase doze meses, período que ele usou para pesquisar fornecedores e aprimorar a técnica.
“No começo, (a demanda pelo serviço) surgiu por estética. Hoje, muita gente faz por proteção”, analisa o empresário. As cores usadas seguem as tendências atuais do mercado. “Há um ano, 90% dos trabalhos eram feitos em preto fosco. Hoje, 70% dos envelopamentos são branco brilhante”, afirma Bento.
O sistema de franquias entrou na vida do empresário com o sucesso nos negócios. Pessoas de todo o Brasil procuravam o serviço na loja da marca em São Paulo. “Estávamos com o pátio lotado e chegamos a ter agenda de 60 dias. Eu não tinha pessoal para gerenciar filiais, então, resolvi abrir franquias”, revela.
Luxo – A Leandrini, especializada em som e acessórios automotivos, é outra empresa que prospera no setor. Com 29 anos de existência, o negócio começou como uma casa de autopeças em São Caetano do Sul, na região do ABC, e mudou para acompanhar a demanda do mercado, principalmente após a abertura das importações na década de 90.
Com crescimento constante nos últimos anos, a empresa foca sua atuação em carros de luxo e esportivos – tem como principais clientes donos de veículos da marca BMW, Porsche, Mercedes-Benz e Audi.
A Leandrini tem mais uma unidade nos Jardins, bairro de São Paulo, além de manter uma loja virtual na internet. Mesmo com espaço físico limitado, a fama da empresa traz clientes de outros estados. “De todos os carros montados, 20% são de fora do Estado de São Paulo. Tem cliente que compra o veículo em São Paulo e manda entregar na loja para depois mandarmos para o estado dele”, conta um dos sócios, Willy Leandrini.
A campeã de vendas é a central multimídia, composta por DVD, TV digital, GPS e câmera de ré no mesmo aparelho. “Desenvolvemos kits para as marcas e trabalhamos com um rígido padrão de qualidade”, diz. (Estadão)