LUÍS AUGUSTO GOMES
A “decisão” de um juiz que suspende a “decisão” de outro em relação à propaganda do governo do Estado em Salvador é apenas parte do velho jogo de cena que torna inútil, no fim das contas, a Justiça no Brasil.
O candidato fala da obra do governo, que faz propaganda da obra, ambos alimentando um processo recíproco de massificação que é um escândalo ante o elementar princípio da equidade na disputa eleitoral.
Nada, enfim, a estranhar. Este é o país onde bandidos, policiais, adolescentes, idosos, maridos, mulheres, filhos e pais matam impunemente, suscitando com isso apenas a reafirmação de que “é preciso mudar o Código Penal, que tem mais de 70 anos”.
Não será a transgressão da ética numa reles disputa eleitoral, ainda mais quando os anúncios nutrem com muito dinheiro público os meios de comunicação, que irá propiciar a mínima discussão em torno do tema. (Por Escrito)