Um soldado norte-coreano matou dois oficiais e cruzou a fronteira para a Coreia do Sul, neste sábado, passando pela fronteira fortemente vigiada entre as duas nações, uma travessia inusitada que levou a um aumento da patrulha na região, como informa a agência AP.
O soldado disparou contra seus comandantes antes de cruzar para a parte ocidental da zona desmilitarizada, por volta do meio-dia (horário local), segundo um funcionário do Ministério da Defesa. Ele disse que o soldado utilizou um alto-falante para informar aos guardas da fronteira da Coreia do Sul sobre a sua intenção de desertar após os assassinatos. O funcionário disse que a razão para o abandono não ficou clara.
Os soldados da Coreia do Sul ouviram cerca de seis tiros, depois deixaram o desertor cruzar a fronteira. Ele ainda está sendo interrogado.
Não foi detectado nenhum movimento militar incomum no lado norte-coreano da fronteira, depois da travessia, mas a Coreia do Sul instruiu que a vigilância na região fosse aumentada imediatamente. A mídia estatal do país comunista ainda não comentou o incidente.
Deserções pela fronteira terrestre são incomuns, embora, ocasionalmente, alguns norte-coreanos atravessem para o sul em barcos. No ano passado, um civil desertou através da fronteira terrestre. O abandono mais recente feito pela zona desmilitarizada por um soldado norte-coreano acorreu em 2010, segundo funcionários.
A grande maioria dos norte-coreanos que fogem de sua terra natal passam pela China e pelo sudeste da Ásia antes de chegar ao Sul. Mais de 24 mil norte-coreanos chegaram ao Sul desde a Guerra da Coreia, entre 1950 e 1953, que terminou em cessar-fogo, e não num tratado de paz. (O Globo)