O Ministério Público Federal no Distrito Federal pediu à Justiça nesta quarta-feira (26) o arquivamento de investigação aberta para apurar se houve conduta criminosa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante uma conversa ocorrida no início deste ano com o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.
Partes do diálogo foram relatadas pela revista “Veja”, com a versão, confirmada depois pelo ministro, de que Lula teria feito pressão para tentar adiar o julgamento do mensalão.
O pedido de investigação foi apresentado por parlamentares do PSDB, DEM, PPS e PSOL. NA representação, os oposicionistas acusavam Lula de cometer crimes de coação no curso do processo, tráfico de influência e corrupção ativa. O Ministério Público, porém, não detectou um pedido específico de Lula a Mendes para atrasar a análise do caso.
Segundo a reportagem de “Veja” e entrevistas dadas por Mendes, Lula teria oferecido “blindagem” a Mendes nas investigações da CPI do Cachoeira, controlada por partidos aliados ao PT.
Em maio, quando surgiu a denúncia, Lula divulgou nota dizendo-se indignado com a versão publicada sobre a conversa, que classificou como falsa. A conversa ocorreu no escritório do ex-ministro do STF Nelson Jobim, que na época negou a existência do pedido e reafirmou a versão de Lula na investigação do Ministério Público.
Em depoimento, Jobim disse que “o ex-presidente apenas ouviu a conversa sobre o início do julgamento do mensalão, não tendo dela participado”. Em entrevistas, Mendes afirmara que Lula não pediu “diretamente”, mas “manifestou um desejo e eu disse da dificuldade que o tribunal teria”. (Humberta Carvalho,G1)