Jarbas Vasconcelos costuma dizer que aliou-se a Eduardo Campos em Recife porque tanto ele quanto o antigo desafeto tinham nestas eleições um adversário comum a combater: o PT. Embora saiba que Campos ainda enxerga o PT como inimigo apenas em Recife (no plano nacional ainda está com Lula e Dilma Rousseff), Jarbas acredita ser uma questão de tempo o “fim do projeto de poder petista no país”.
Mesmo depois de ter protagonizado um amistoso encontro com Lula no Hospital Sírio Libanês, há algumas semanas, Jarbas não muda sua avaliação. Ele diz que a predominância petista no poder, construída a partir da mitificação do “deus” Lula, será comprometida nas eleições de outubro (a se confirmar o cenário das pesquisas nas urnas) por um simples motivo:
– O Lula tem muita soberba. Ele achou que era um deus, que poderia impor um candidato e mudar a eleição lá no Recife. E veja o que está acontecendo lá e em outros lugares… Eu assisti ao último comício dele em Salvador. Uma coisa constrangedora, um comício esvaziado. O Lula está definhando.
“Um perdedor nato” – Esperança de Lula para salvar o PT de uma derrota histórica em Recife, Humberto Costa chega à reta final da campanha com sério risco de ficar fora do segundo turno. Para Jarbas Vasconcelos, o que os petistas ainda tratam como risco, já é uma retumbante realidade:
– Essa eleição representa o fim de um ciclo de doze anos do PT no Recife.
Jarbas resume o iminente naufrágio petista em dois fatores: a intervenção de Lula, que decidiu em São Paulo qual seria o candidato em Recife, e a própria “sina de perdedor” de Humberto Costa, o nome escolhido por Lula para derrotar o candidato de Eduardo Campos:
– O Humberto Costa é muito petulante. Ele achou que por ter sido líder do PT, ter um ano e meio de Senado, a vez lá no Recife era dele. Começou com 40% nas pesquisas e só foi caindo. É um perdedor nato. Praticamente a primeira vez que ganhou foi para senador, com a ajuda do Eduardo Campos. Acho que ele deve estar muito amargurado agora.
“Incorporado à paisagem” – Confirmado o crescimento do PSB em números de prefeituras nas eleições de outubro, Jarbas Vasconcelos avalia que o caminho de Eduardo Campos à disputa pelo Planalto em 2014 será algo quase inevitável. Para justificar a avaliação, Jarbas compara o estilo de Campos e de Aécio Neves:
– A diferença do Eduardo Campos para o Aécio é que o Aécio está totalmente incorporado à paisagem de mediocridade do Senado. O Eduardo, não. Ele está viajando, articulando, aparecendo o tempo todo na mídia, está mostrando que quer alguma coisa. (Radar On-line)