LUÍS AUGUSTO GOMES
Candidata do PT à reeleição em Araçás, a prefeita Gracinha Trindade Leal teve o desgosto de ver o governador Jaques Wagner manifestar apoio a seu adversário Uelinton Coelho (PDT).
Há poucos dias, Wagner passou pelo constrangimento de ver correligionários de Abaíra, em carta aberta, lhe manifestarem “repúdio” por ter abandonado companheiros históricos em favor do candidato adversário – e a palavra usada para designar o caso foi “traição”.
Situações semelhantes ocorrem em todo o Estado, sendo Juazeiro, por ser um dos principais municípios baianos, o caso mais emblemático – o governo e o PT impediram a postulação do ex-prefeito Joseph Bandeira para ficar com o atual, Isaac Carvalho, do PCdoB.
Caça ao voto subverte princípios – Na verdade, estamos, já há certo tempo, diante do desenrolar de nova etapa na evolução funcional do PT, em que o partido despreza sem máscara a identidade original da “coesão” e, como se inspirado em sua variedade de tendências, expõe-se em retalhos.
Para desilusão de antigos militantes, interessa agora, depois da experiência continuada do poder em todas as esferas, não mais votar em pessoas que representem, nos municípios, os princípios da legenda, e sim no grupo com que mais haja afinidade, visando conquistas atuais e futuras.
O quadro não deveria mais surpreender ou arrancar reações tão emotivas como as que temos visto. Afinal, foi o próprio Lula quem, do desejo de “extirpar o DEM” da vida brasileira, agora pede a correligionários que engulam alianças municipais com o desafeto, sem falar no caso Maluf. (Por Escrito)