AGÊNCIA ANSA
Roma – A defesa do mordomo do papa Bento XVI, Paolo Gabriele, disse que ele “quer refletir” sobre o julgamento ao qual será submetido por acusações de ter vazado documentos sigilosos do Vaticano.
Segundo o advogado Carlo Fusco, o mordomo contribuiu com as investigações e já “esperava” a decisão de ser enviado a julgamento. Mas, agora, “Gabriele é um homem que quer refletir”, disse.
O Tribunal do Estado do Vaticano anunciou ontem a decisão de julgar Gabriele e outro funcionário local, um analista de sistema identificado como Claudio Sciarpelletti.
Gabriele e Sciarpelletti irão a júri popular, ainda sem data marcada. Eles vão responder por roubo e difusão de documentos secretos e o mordomo pode pegar até um ano e meio de prisão.
A comissão que investigou o caso encontrou na casa de Gabriele uma série de documentos retirados dos aposentos de Bento XVI, um cheque de 100 mil euros em nome do Papa, uma pepita de ouro e uma Eneida de 1581, todos presentes entregues ao Pontífice.
Carlo Fusco, porém, afirmou hoje que o mordomo “não sabia de ter em casa aquela pepita. Ele mesmo ficou surpreso quando o juiz contestou esta circunstância”.
“A pedra, de qualquer forma, pode estar entre os objetos que, às vezes, Gabriele levava para casa para depois colocá-los no depósito onde ficam todos os presentes dados ao Papa. Como explicou o meu assistente ao juiz instrutor, ele [Gabriele] era também encarregado de levar alguns dos presentes para o depósito”, afirmou o advogado.
O mordomo foi preso em 23 de maio como o principal suspeito pela divulgação de documentos sigilosos. Após dois meses de cárcere, ele conquistou o direito de permanecer em prisão domiciliar.