O julgamento do mensalão foi retomado nesta segunda-feira, 13, e tem como principal destaque a defesa do presidente do PTB, Roberto Jefferson, autor da denúncia que expôs o escândalo, em 2005. Aos ministros do Supremo Tribunal Federal, seu advogado deve questionar o motivo pelo qual o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não foi incluído no processo do mensalão.
A Corte ainda ouve a defesa ainda de mais quatro réus: o ex-deputado Bispo Rodrigues (ex-PL, atual PR-RJ); o ex-deputado Romeu Queiroz (PSB-MG), do PTB na época do escândalo; o ex-deputado José Borba (PMDB-PR) e Emerson Palmieri, então primeiro secretário do PTB.
Contra Roberto Jefferson pesa acusação de ter recebido R$ 4,5 milhões no esquema, depois de ter fechado um acordo em que o PT teria prometido entregar R$ 20 milhões ao PTB. A sua defesa tende a usar a estratégia comum desse julgamento para tentar livrar seu cliente das acusações de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro: negar repasses de recursos e insistir na tese de que o dinheiro era parte de um acordo eleitoral entre PTB e PT.
Demais réus – Segundo o Ministério Público, Bispo Rodrigues recebeu R$ 150 mil do esquema para votar a favor do governo. A sua defesa também, deve sustentar que o dinheiro recebido era para pagar dívidas de campanha de 2002. Romeu Queiroz, atual deputado pelo PSB, teria recebido R$ 102 mil. Defesa vai confirmar recebimento do valor, mas que foi repassado ao PTB. Já a defesa de José Borba pode negar que o ex-deputado tenha recebido os R$ 200 mil, como sustenta a acusação.
Por fim, a defesa de Emerson Palmeri, que teria recebido R$ 4 milhões do esquema para o PTB e teria ajudado na formalização do acordo em que o PT teria prometido R$ 20 milhões a sigla. De acordo com seu advogado, Palmeri apenas cumpria ordens. (Estadão)