AGÊNCIA ANSA
Santiago do Chile – A filha mais velha do ex-ditador Augusto Pinochet, Lucía, afirmou que existe uma ‘perseguição política” contra sua família e descartou que a “conta secreta” que existe em seu nome no First National Bank de Miami, tenha origem ilegal.
A Procuradoria chilena revelou na semana passada a descoberta da conta bancária não reivindicada em nome de Lucía Pinochet, com cerca de US$ 110 mil (cerca de R$ 222 mil). O Ministério Público informou que enviará um ofício ao Poder Judiciário dos Estados Unidos para informar sobre os detalhes.
Em entrevista ao jornal El Mercúrio, a filha do ditador afirmou que esse “dinheiro não tem nada a ver com o caso Riggs” e que isso estaria “demonstrado no processo judicial”.
“Eu morei nos Estados Unidos entre os anos de 1992 e 1996. Nessa época me dediquei a reformar apartamentos em mau estado e vendê-los. Pedia um crédito, os vendia até pelo dobro do preço inicial e pagava o banco. Este dinheiro é da venda de um apartamento que arrumei”, afirmou Lucía.
Segundo ela, o único vínculo que teve com “o tema de gastos reservados do meu pai foi por um cheque de US$ 2 mil (cerca de R$ 4 mil) que ele me enviou para que eu comprasse algumas passagens para um Natal. Eu nunca recebi nada de meu pai, nem dinheiro, nem propriedades”.
A filha mais velha do ex-ditador explicou que não retirou esse dinheiro antes porque “por cinco anos não pude ir para os Estados Unidos porque não tinha visto, depois de pedir asilo político [em janeiro de 2006]”.
Finalmente, Lucía afirmou que tudo não passa de “uma perseguição política” contra sua família. “Como não puderem fazer isso contra o meu pai, agora estão fazendo comigo e com minha família, que não tem nada a ver”.