As joias da Coroa britânica estão trancafiadas na Torre de Londres, de onde só são retiradas para a coroação de um novo monarca. O maior patrimônio da família real, no entanto, sai dos palácios de Buckingham e Kensington sempre que é necessário injetar uma dose adicional de popularidade e fascínio à dinastia dos Windsor.
No decorrer da semana, a febre olímpica já vinha ganhando força entre os moradores da capital – que não costumam se empolgar com qualquer coisa, mas já vinham começando a entrar na contagem regressiva para a abertura dos Jogos.
Nesta quinta-feira, porém, os organizadores apelaram para uma bomba atômica de relações públicas – e, como era de se prever, roubaram a cena, ofuscando todos os preparativos finais e até as primeiras partidas do torneio de futebol masculino.
William, Kate e Harry, o jovem trio de embaixadores da realeza, visitaram um projeto social de formação esportiva no sudeste de Londres, onde fizeram a festa dos fotógrafos. Kate, que era capitã do time de hóquei na escola, jogou tênis de mesa e arbitrou uma luta de judô. William, notório perna-de-pau, tentou jogar bola, mas culpou os sapatos pelos chutes bisonhos.
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O futuro rei aproveitou para ganhar pontos com a mulher e provocar o irmão caçula, que queimou a largada numa corrida com Usain Bolt, na Jamaica, há alguns meses. “No campo de futebol, sou um desastre, mas pior ainda é ver o meu irmão trapaceando para virar o homem mais rápido do mundo. Já Catherine, com uma raquete de tênis ou um taco de hóquei, é algo a se admirar e temer.”
A cobertura olímpica nos sites e telejornais britânicos, que andava tímida até esta quinta, ganhou fôlego com as sequências intermináveis de fotos do trio real de celebridades em ação, sempre com roupas e penteados irretocáveis, apesar do clima abafado da melhor semana deste verão londrino.
Ato contínuo, começava a caçada feminina ao modelo escolhido por Kate para o evento – um vestido branco e prata da grife Hobbs, à venda na rede de lojas de departamentos John Lewis pelo equivalente a 110 reais. Já virou um costume em Londres: a duquesa brilha nas manchetes, a roupa escolhida vira objeto de desejo geral.
A parada seguinte de William, Kate e Harry seria o Palácio de Buckingham, onde os três assistem à passagem da tocha olímpica pela região mais nobre da cidade e pelo coração da monarquia britânica – uma instituição que os três, com sua imensurável fama, têm ajudado a renovar e solidificar.
E por onde anda a vovó Elizabeth II? A rainha já participou de eventos fechados ligados aos Jogos, incluindo uma recepção aos dirigentes de alto escalão do Comitê Olímpico Internacional (COI), mas ainda não saiu do palácio para participar das celebrações.
No ano de seu Jubileu de Diamante, Elizabeth (uma moça de 22 anos na última Olimpíada realizada na cidade, em 1948) será, evidentemente, a dona da festa no momento que mais importa, a cerimônia de sexta, no Estádio Olímpico. Antes disso, tem seus xodós à solta em Londres, ajudando a capital olímpica a entrar no clima nos momentos que antecedem a abertura. (Giancarlo Lepiani, na Veja)