LUÍS AUGUSTO GOMES
“João deve permanecer neutro até 2º turno”, informa a imprensa sobre a atitude do prefeito João Henrique com relação à eleição de 7 de outubro.
O esforço para valorizar o passe do prefeito chega a ser comovente, mas comoção é coisa que pouco vale no meio político, onde a realidade conta muito mais.
E a realidade é a estranheza que causa o fato de um prefeito de capital, após oito anos de mandato, não poder anunciar um candidato à própria sucessão.
Paradoxalmente, o prefeito se lança candidato a governador em 2014 prometendo fazer pela Bahia tudo que fez por Salvador, o que mais parece uma anticampanha.
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Candidatos só querem apoio debaixo do pano – João Henrique vive esse isolamento porque faz administração lastimável na capital e ninguém quer seu apoio explícito. Todos querem, sim, usufruir quase em sigilo benefícios da máquina pública que possam ser traduzidos, afinal, em alguns votinhos em comunidades carentes.
Mas esse jogo de partidos e candidatos tem sua origem no próprio comportamento do prefeito, mestre em traição. Fez assim com o PDT, PMDB, PP. É normal que agora, quando, esperneando, dá os primeiros passos em direção ao ostracismo, seja pago com a mesma moeda que se acostumou a distribuir fartamente. ((Por Escrito)