LUÍS AUGUSTO GOMES
Após a assembleia geral da manhã de hoje que manteve a greve dos professores da rede pública estadual, o coordenador da APLB-Sindicato, Rui Oliveira, condenou, ao microfone, o uso de camisetas contra o candidato do PT à Prefeitura, Nelson Pelegrino.
“Temos que ter cuidado para não partidarizar o movimento. Todo mundo tem opinião, vai votar em fulano ou sicrano, mas aqui o movimento é dos professores e dos profissionais da educação”, disse o sindicalista, ele próprio advertido por seu partido, o PCdoB, em razão da greve.
Rui se referia a camisetas usadas por diversos participantes, com a foto de Pelegrino e a legenda “eu não voto em traidor”, seguida por uma estrela vermelha com o dístico “PT nunca mais”.
“Nossa camiseta é aquela que diz ‘governador, acordo é pra ser cumprido’”, definiu Rui, ressaltando a importância de “não deixar a imprensa aproveitar” o que seria o uso eleitoral da greve.
ACM Neto é o maior beneficiado com impasse – O apelo do professor veio, na verdade, um pouco tarde, porque não há como dissociar, hoje, a eleição municipal, em Salvador e em toda a Bahia, da greve dos professores.
E o motivo disso não é a “ação insidiosa” de partidos que na ditadura militar seriam chamados de “radicais”, “extrema-esquerda”, como os pobrezinhos do PSOL, PSTU e PCB.
Tampouco a presença, na manhã de hoje, na assembleia dos docentes, de dois candidatos a prefeito em carne e osso – Hamilton de Assis (PSOL) e Rogério da Luz (PRTB).
Não! A verdadeira razão é a determinação expressada por quantidade apreciável de participantes do movimento – e mesmo de fora dele – de votar em ACM Neto (DEM) em 7 de outubro, como reflexo direto da decepção com o governo.
Muitos deles construtores e eleitores do PT e de outros partidos de “esquerda” hoje no poder, agora renunciam à ilusão com uma raiva que coloca os antigos aliados abaixo dos velhos adversários. (Por Escrito)