O ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, 65, e o presidente de honra da Fifa, João Havelange, 96, receberam 21,9 milhões de francos suíços (R$ 45,5 milhões) em subornos da empresa de marketing esportivo ISL. Isso está confirmado no dossiê do caso ISL liberado nesta quarta pela Justiça suíça.
A ISL foi durante a década de 1990 e o início da última década a principal parceira comercial da Fifa. Quando foi à falência, um processo judicial na Suíça demonstrou que houve pagamentos de mais 160 milhões de francos suíços para dirigentes em troca de benefícios nas negociações comerciais, envolvendo direitos de televisão e marketing.
Apesar das acusações de envolvimento dos cartolas brasileiras –feitas pela emissora britânica BBC e pelo jornal suíço “Handelszeitung”–, o processo judicial sempre vinha sendo mantido em sigilo até hoje, quando foi liberado para jornalistas que tinham entrado com ação pedindo a transparência integral dele. A Folha teve acesso ao dossiê por meio de um dos jornais que o obtiveram hoje.
Na ação, está descrito que Teixeira ganhou 12,74 milhões de francos suíços por meio da empresa Sanud, cuja ligação com o cartola já tinha sido estabelecida por meio da CPI do Futebol, no Senado. A Renford Investments Ltd foi outra empresa, cuja propriedade é de Havelange e de Teixeira, que recebeu 5,1 milhões de francos suíços. Não se sabe qual a divisão do dinheiro entre os dois neste caso. (Folha)