LUÍS AUGUSTO GOMES
Que o PT da democracia interna empurra goela abaixo dos companheiros o pragmatismo irresponsável que dele tomou conta no meio do caminho, não é novidade.
Os casos são muitos e de variados níveis em todo o Brasil, desde a “cassação” de Vladimir Palmeira em 1998, para permitir a chapa Garotinho-Benedita, até a imposição atual de nomes em Recife – por enquanto barrada pela Justiça – e São Paulo.
Tudo comandado pessoalmente pelo monarca Lula, primeiro e único, com o exemplo maior de sua própria sucessora, a presidente Dilma, por ele gestada, bancada e garantida.
Um desajuizado em Juazeiro – O que não se imaginava é que na pequena – para os demais padrões – e longínqua Juazeiro o caldo fosse engrossar. Mas o ex-prefeito Joseph Bandeira está disposto a encarar.
“Não sou homem de temer nada de ninguém, não tenho medo de nada, não temo retaliações (…) A cada ação literalmente haverá a reação, isso vocês podem acreditar”, disse à imprensa, desdenhando um ato de força da direção estadual que lhe retire a legenda para disputar a Prefeitura.
Um grande passado pela frente – A resistência é benéfica a um partido que chegou a inspirar uma mudança na política brasileira. O eleitoralismo petista não pode deixar morrer em suas bases a vivacidade, a ideia, a ação.
Melhor faria o PT se buscasse reunir todos os seus poderes numa concertação, palavra, aliás, muito do gosto dos militantes da estrela vermelha, hoje com o brilho ofuscado.
Talvez não dê mais tempo. Razoável é pensar que, depois do desprezo aos princípios e das concessões ao populismo, depois dos mensalões, deserções, depois dos sarneys e malufs, o trem da história tenha sido irremediavelmente perdido. (Por Escrito)