O juiz Théo Assuar Gragnano, da Vara Criminal de Cotia, na Grande São Paulo, negou na segunda-feira o pedido de revogação de prisão temporária da técnica em enfermagem e bacharel em direito Elize Araújo Matsunaga, de 30 anos, que confessou ter matado e esquartejado o marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, de 40, diretor-executivo e neto do fundador da indústria de alimentos Yoki. O crime aconteceu em 19 de maio.
– A prisão temporária é prisão para investigação, quando o indiciado tem de ficar preso para não atrapalhar as investigações. O delegado disse que as investigações se encerraram. Desse modo, a prisão temporária de Elize é ilegítima – disse o advogado de Elize, Luciano Santoro, ao G1.
A defesa pediu, ainda, que não fosse acolhido pela Justiça o eventual pedido da Polícia Civil de prisão preventiva da técnica em enfermagem, alegando “ausentes indicadores de riscos para a ordem pública ou à aplicação da lei penal”. O Ministério Público (MP) deu parecer contrário, dizendo que o inquérito ainda não foi relatado e distribuído, e que as investigações não foram concluídas.
“A prisão provisória da investigada foi decretada ante a demonstração de sua necessidade. E o seu prazo foi assinado por este juízo à vista da indicação, pela autoridade policial, das diligências necessárias à elucidação da autoria do crime, de seus motivos e circunstâncias”, diz o magistrado, na decisão. “A alegação da requerente no sentido de que não há outras diligências pendentes de realização carece de comprovação e é infirmada pela circunstância de o inquérito não ter sido relatado pela autoridade policial”, concluiu.
O delegado Jorge Carrasco, responsável pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investiga o caso, disse que aguarda a chegada de laudos da perícia técnica para concluir o inquérito. Carrasco adiantou que vai pedir à Justiça a prisão preventiva de Elize. Ela deve ser indiciada por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver. (O Globo)