Brasília – Ao responder um questionamento do senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o senador Demóstenes Torres admitiu que o bicheiro Carlinhos Cachoeira deu a ele um aparelho Nextel habilitado nos Estados Unidos e que Cachoeira pagava a conta do telefone. Segundo a Polícia Federal, o telefone era habilitado nos Estados Unidos para que as conversas não fossem interceptadas.
O senador disse que não via quebra de decoro em usar telefone pago por Cachoeira, segundo ele cerca de R$ 50 por mês. Randolfe contrapôs e diz que há irregularidade no fato de um servidor público receber qualquer quantia ou benefício de um ente privado. Demóstenes afirmou, então, que não teria aceitado se soubesse antes o que sabe agora sobre Cachoeira.
O senador Pedro Taques (PDT-MT) perguntou ainda a Demóstenes qual é a razoabilidade de um senador usar um telefone habilitado nos EUA, e Demóstenes respondeu que é por “questão prática” porque o telefone poderia ser usado para falar no Brasil e também nos Estados Unidos.
De acordo com Demóstenes, o aparelho não era usado somente para falar com o bicheiro. “Não tinha lanterna na popa e não tinha como adivinhar que o rádio era utilizado para outras atividades”, disse. Demóstenes afirmou que usou o rádio “por comodidade”, porque poderia se comunicar com facilidade.
“Hoje é fácil de dizer que foi um erro, Eu não sabia a dimensão que isto tinha, nem que era utilizado para outras atividades”, disse.