Se o Supremo Tribunal Federal (STF) negar o pedido de adiamento feito pela defesa do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, terça-feira é dia de espetáculo.
Na apertada sala onde funciona a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, na ala Nilo Coelho do Senado, 64 parlamentares, entre titulares e suplentes, vão se acomodar, e jornalistas e assessores irão se espremer, para ver o ator principal da investigação aparecer em público pela primeira vez desde que foi preso, em 29 de fevereiro deste ano.
Ainda que Cachoeira não consiga adiar o depoimento, a expectativa é que não deve falar nada, conforme adiantou seu advogado, Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça no governo Lula.
Está previsto que Cachoeira chegará direto do Presídio da Papuda às 8h e entrará por uma porta lateral. O depoimento é tão aguardado que o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), restringiu o acesso à sala a poucos. Além dos parlamentares, só um repórter e um fotógrafo ou cinegrafista por veículo de imprensa, e por vez, poderão ouvir o contraventor. Os demais assistirão por um telão.
É a primeira vez, em CPIs polêmicas, que a imprensa tem o trabalho restrito, ao contrário do que ocorreu em outros escândalos, como os depoimentos do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares ou o ex-publicitário Marcos Valério, que falaram na CPI do Mensalão. (Chico de Gois, O Globo)