Salvador – Um arsenal com 14 armas de fogo – entre pistolas revólveres e espingardas, algumas de uso restrito – 108 munições e 16 armas brancas, escondido num imóvel ocupado por 40 ciganos de uma mesma família, no centro do município de Boninal, na Chapada Diamantina, foi apreendido pela 13ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Seabra), na tarde de terça-feira (8). A Operação Zingaro resultou ainda nas prisões em flagrante de 12 homens da família cigana, três deles com prisões preventivas decretadas pela participação num confronto armado com ciganos rivais, procedentes de Seabra, ocorrido em Boninal, no dia 28 de abril.
Segundo informou a delegada Lorena Braga, coordenadora da 13ª Coorpin, o casarão, no centro de Boninal, fora transformado numa espécie de acampamento, onde, ao cumprirem os mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pelo juiz Pablo Venicio, os policiais encontraram, além dos 12 custodiados, mulheres e crianças (entre elas alguns recém-nascidos), espalhados por vários cômodos, em meio às armas e munições. Ao perceber a chegada dos policiais, o grupo tentou se livrar do arsenal, jogando parte das armas pelas janelas.
Havia no local seis revólveres, de calibres 38, 32 e 22, três pistolas, sendo duas 380 e uma 9 mm, com carregadores, quatro espingardas calibre 12, um rifle calibre 38, dez facões, quatro facas pequenas, dois canivetes e 108 munições dos calibres 12, 22, 32, 38,9, 40 e 280. Os ciganos afirmaram que o arsenal seria para defesa da família, que, segundo eles, poderia ser novamente atacada pelo grupo rival, confrontado no final de abril. As armas apreendidas estão à disposição da Justiça.
A delegada Lorena Braga autuou em flagrante, por posse ilegal de arma de uso restrito e formação de quadrilha, Nelson Alves da Silva, Laécio Pereira da Silva, Maurício Alves da Silva, Valmir Alves da Silva, Leone Alves da Silva, Genival Pereira da Silva, Cláudio Nogueira da Silva, Orlando Nogueira da Silva, Nelson Nogueira da Silva, Denicrei Nogueira da Silva, Edimílson Nogueira da Silva e José Carlos da Silva. Os policiais também cumpriram mandados de prisão preventiva de Maurício, Nelson e José Carlos por tentativa de homicídio.
Disputa – O confronto entre os grupos ciganos rivais há 11 dias teve como motivação a disputa de pontos comerciais em Boninal, conforme apurou a polícia. Estabelecida naquele município há mais de 30 anos, a família de Nelson, Maurício e José Carlos fora desafiada por um grupo de ciganos de Seabra, que pretendia explorar o comércio de alimentos e outras atividades na cidade. No embate, três ciganos de Seabra foram alvejados e seguem internados num hospital da região, um deles em estado de coma.
Um cigano procedente de Seabra, identificado como Dutra Júnior, chegou a ser autuado por porte ilegal de arma e disparo de arma de fogo em local habitado, sendo liberado, posteriormente, pagando fiança. A equipe da 13ª Coorpin apurou que, depois do confronto, parte do grupo cigano de Seabra se mudou para Irecê.