REDAÇÃO DO
JORNAL DA MÍDIA
Salvador – A Fazenda Lagoa Dourada, em Valença, no baixo sul da Bahia, foi ocupada por cerca de 60 membros do Movimento do Sem-Terra. A propriedade de 150 hectares, totalmente cultivada, produz seringa, cacau e dispõe de uma área exclusiva para produção de alevinos, basicamente destinada aos mercados do sul e sudeste do país.
O proprietário da Fazenda, Reinaldo Magalhães Tavares, informou que a juíza da Comarca de Valença, Alzenir Barreto, já determinou a desocupação, mas até o momento os sem-terra continuam acampados na área interna da fazenda, ameaçando inclusive colher o cacau.
“Estamos tendo um prejuízo enorme, porque não podemos cumprir com as entregas dos alevinos solicitadas por compradores do sul. O que sabemos é que, apesar da reintegração determinada pela justiça, os sem terra continuam lá, inclusive ameaçando os empregados da fazenda, muitos dos quais já deixaram o local”, informou Marcos Tavares, um dos herdeiros da fazenda.
Ele explicou que os ocupantes da propriedade estão se revezando e até arregimentando pessoas de Valença que nada têm a ver com sem terra. Alguns, inclusive, com passagens pela polícia e contratados no bairros da Bolívia, Mangue Seco e Jambeiro, redutos do tráfico de drogas da cidade.
A fazenda Lagoa Dourada fica a 12 quilômetros de Valença, na estrada que liga a cidade ao entroncamento com a BR-1-1. É uma propriedade com plantações de cacau, seringa e cravo e tem uma de mata nativa totalmente preservada. Informações indicam que para desocupar a propriedade os invasores estariam aguardando o resultado de uma negociação com a Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Social.
Os ocupantes estão querendo também a liberação de um valor em dinheiro dos proprietários.