Uma fazenda na rota de invasão dos índios pataxós hã hã hãe em Pau Brasil, no sul da Bahia, é protegida por homens armados em uma espécie de “bunker”, em uma colina que oferece visão privilegiada da movimentação.
A existência dos seguranças foi constatada pela jornal Folha de São Paulo através do repórter Graciliano Rocha, que está fazendo a cobertura da invasão de fazendas por índios pataxós.
”Um deles (homens armados) estava atrás de uma espécie de fortificação de tijolos aparentes com três pequenas janelas por onde encaixava uma escopeta”, conta o repórter.
Quando a reportagem chegou à sede da fazenda Santa Rita, a cerca de 18 km da cidade, um homem saiu da fortificação ameaçando atirar.
Ao ouvir os repórteres gritarem que eram jornalistas, ordenou que ficassem parados e correu com uma arma.
A reportagem pediu para falar com um responsável pela área e recebeu um recado dos homens armados: “Disseram que vão atirar nos pneus do carro se filmarem ou fotografarem”.
A onda de invasões começou para pressionar o Supremo Tribunal Federal a julgar ação de 1982 sobre a criação de uma reserva indígena.
A fazenda é do ex-prefeito de Pau Brasil Durval Santana (DEM). Ele negou a existência de homens armados na Santa Rita e na Água Branca, suas duas propriedades ainda não invadidas -outras quatro foram tomadas.
“Temos 4.000 cabeças de gado que estão tomadas pelos índios. Estamos perdendo 500 litros de leite por dia. Só queremos saber quem é que vai pagar esse prejuízo.”
A Polícia Federal diz não ter encontrado armas com índios e fazendeiros.