Os combustíveis (6,51%) tiveram o maior impacto na inflação de Salvador, liderados pela gasolina (6,66%), (Foto: Tomaz Silva/EBC)
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medida oficial da inflação, calculado pelo IBGE, ficou em 1,29% na Região Metropolitana de Salvador (RMS). O indicador acelerou frente a abril, quando havia sido de 0,67% e foi a inflação mais elevada para um mês de maio, na RMS, em 27 anos, desde 1995, quando o IPCA tinha ficado em 2,63%.
A inflação de maio na RMS também foi a segunda mais alta do país, abaixo apenas da verificada na RM Fortaleza/CE (1,41%), e ficou significativamente acima do indicador nacional (0,47%). Dentre as 16 áreas pesquisadas separadamente pelo IBGE, apenas a Grande Vitória/ES teve variação negativa dos preços (-0,08%).
Com o resultado de maio, o IPCA na RMS acumula alta de 5,29% no ano de 2022. Está acima do índice nacional (4,78%) e é o 6º maior entre os 16 locais. Nos 12 meses encerrados em maio, a inflação na RMS chega a 12,98%, frente a 12,78% em abril. Continua acima do indicador nacional (11,73%) e já é a 2ª mais elevada, abaixo apenas da RM Curitiba/PR (14,19%). Apenas a RM Belém/PA (9,52%) tem IPCA menor do que 10,00% nesse acumulado.
Gasolina
Em maio, a inflação oficial na Região Metropolitana de Salvador (1,29%) foi resultado de aumentos nos preços médios em todos os nove grupos de produtos e serviços que compõem o IPCA – o que não ocorria desde janeiro deste ano. Com a maior alta entre os grupos, transportes (2,93%) exerceu também a principal pressão inflacionária no mês, respondendo por quase metade do índice geral (0,58 ponto percentual do 1,29).
Os combustíveis (6,51%) tiveram o maior impacto, liderados pela gasolina (6,66%), item que individualmente mais contribuiu para o aumento do custo de vida na RMS, em maio. O diesel (7,60%) e o etanol (3,83%) também registraram aumentos importantes.
A forte aceleração (aumento maior), na RMS, dos preços dos combustíveis, sobretudo da gasolina, de abril para maio, foi na contramão do verificado no Brasil como um todo, onde houve desaceleração nos combustíveis (1,00% em maio, frente a 3,20% em abril) e na gasolina (que passou de 2,48% em abril para 0,92% em maio.
Ainda no grupo transportes, as passagens aéreas (13,20%) foram outra pressão de alta relevante, registrando o segundo maior aumento dentre todos os produtos e serviços pesquisados para calcular o IPCA.
Os alimentos (0,94%) deram a segunda maior contribuição para o avanço da inflação na RMS em maio, embora tenham aumentado menos do que em abril (quando a alta havia sido de 2,22%). Foram puxados principalmente por leite e derivados (3,96%), com o leite longa-vida aumentando em média 8,17%.
Uma outra pressão inflacionária importante em maio, na RM Salvador, foi a energia elétrica (2,56%), por conta de reajuste tarifário aplicado no final de abril. No país como um todo, a energia teve deflação (-7,95%) e foi um dos principais itens que ajudaram a conter o IPCA do mês.