Posso esperar até pelo menos o dia 20. Depois disso, tenho que decidir minha vida. (Foto: Marcelo Cortes/Flamengo/Divulgação)
Jorge Jesus deseja retornar ao Flamengo. E já estipulou até um prazo para que o clube se movimente nesse sentido: o próximo dia 20. É o que diz o jornalista Renato Maurício Prado, que publicou, nesta quinta-feira, em seu blog no “Uol” uma longa entrevista com o ex-comandante rubro-negro.
— Quero voltar, sim. Mas não depende só de mim. Posso esperar até pelo menos o dia 20. Depois disso, tenho que decidir minha vida — afirmou o português ao jornalista durante um encontro na noite de quarta-feira, quando assistiram juntos à partida contra o Talleres, pela Libertadores. Jesus está no Rio em férias.
Ele contou que a pandemia foi determinante para que deixasse o rubro-negro, há cerca de dois anos, rumo ao Benfica, seu ex-clube:
“Foi algo absolutamente inesperado e devastador. Fiquei completamente só. Um funcionário deixava a comida na soleira da porta do meu apartamento e saía correndo. Parecia que eu estava vivendo num leprosário. Era muito difícil. Por isso, quando surgiu o convite do presidente do Benfica, um velho amigo, aquela me pareceu a melhor opção. Inclusive para voltar a viver perto da minha família.
No fim do ano passado, Jesus se encontrou com Marcos Braz, vice-presidente de futebol, e Bruno Spindel, diretor executivo. À época, o clube procurava um treinador, depois de demitir Renato Gaúcho, e se reunia com candidatos em Portugal. Relatos da ocasião deram conta de que o técnico havia recusado a proposta rubro-negra para seguir em seu país. Na entrevista desta semana, porém, Jesus dá uma outra versão e alega que sequer fora questionado pelos cartolas rubro-negros sobre o desejo de voltar ao Flamengo:
— A conversa foi superficial e em momento algum me fizeram um convite ou, ao menos, me perguntaram se eu queria voltar. E aquele era um momento difícil, pois se eu pedisse demissão do Benfica, teria que pagar uma multa de 10 milhões de euros. Por isso, tinha sugerido que só viajassem para Portugal em final de janeiro, quando a situação seria mais fácil para negociar. Mas quiseram ir em dezembro e a sensação que tenho é que, quando me visitaram, já tinham tomado a decisão de contratar o Paulo Sousa. Foram apenas cumprir uma obrigação social comigo. Braz e Spindel não me convidaram para voltar em dezembro.