As festas paredões começam dentro dos navios do Sistema Fery-boat. Na Ilha de Itaparica tudo é liberado desde o início da pandemia. Ninguém nunca seguiu decreto do governador Rui Costa.
REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
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Apesar das medidas restritivas adotadas pelo Governo do Estado, inclusive acabando com o Carnaval de Salvador e decretando expediente normal nas repartições públicas durante todo período carnavalesco, a Ilha de Itaparica deve receber, mais uma vez, milhares de visitantes a partir desta sexta-feira (26).
Pelo menos esta é a aposta dos comerciantes, principalmente, dos segmentos de bares, restaurantes e hoteis. E a aposta desses setores da economia faz sentido, sim: com tudo liberado pelas prefeituras locais, sem medidas restritivas contra a Covid-19, os dois municípios da Ilha de Itaparica – Vera Cruz e Itaparica – devem receber milhares de visitantes procedentes, não só de Salvador, mas de dezenas de cidades do Recôncavo baiano, do Baixo Sul e do Sudoeste da Bahia.
A expectativa na Ilha de Itaparica é a melhor possível. Mas nesta quarta-feira (23) o JORNAL DA MÍDIA esteve em algumas localidades da Ilha de Itaparica e constatou que não existe, até o momento, indicadores confirmando a expectativa otimista dos comerciantes.
Em Ponta de Areia e Amoreiras (Itaparica) ou em Coroa, Barra do Pote, Barra Grande (point das festas paredões), Tairu, Aratuba e Berlinque, (Vera Cruz) praias totalmente desertas. E, claro, as barracas de praia, também.
“Mas tudo é normal. O povo só começa a chegar de Salvador e das cidades vizinhas sexta-feira. Aí o bicho vai pegar. A Ilha vai lotar, não tenho dúvida nenhuma. O pessoal de Salvador só gosta do reggae na Ilha. Aqui tem a liberdade, praias lindas, festas paredões, carros de som potentes em todo lugar que se chegue” , destaca um dono de barraca de praia de Barra Grande, local do município de Vera Cruz apontado como o principal point de festas paredões da Ilha de Itaparica.
Praia de Aratuba, em Vera Cruz, nesta quarta-feira, às 13h30, totalmente deserta. Mas donos de bares, barracas de praias, restaurantes e hoteis da Ilha de Itapatica apostam que o ”bicho vai pegar” e a Ilha vai encher a partir de sexta-feira.
Ferry-boat sem passagens
Com passagens com hora marcada totalmente esgotadas a partir desta sexta-feira, o Sistema Ferry-boat vai registrar intenso movimento durante todo o período do Carnaval. Operando diariamente com apenas cinco embarcações, o sistema vive mais um momento crítico, com os navios sem manutenção quebrando e acausando transtornos para os usuários.
O JORNAL DA MÍDIA visitou também as instalações do ferry-boat Pinheiro, para mostrar como as cordas apodrecidas do cinquentenário navio, totalmente sucateado, favoreceram à batida bizarra com o ferry Ana Nery. Matéria completa depois … aqui no JM e com exclusividade. (Foto: Jornal da Mídia).
Semana passada, os navios Pinheiro e Ana Nery se chocoaram nas proximidades do Terminal de São Joaquim, em Salvador. O Pinheiro, que é o segundo ferry mais antigo da frota do Sistema Ferr-boat, tentou rebocar o nacio Ana Neryy, que tinha “apagado”. O marinheiros do Pinheiro atiraram as cordas que, apodrecidas, arrebentaram, o que acabou causando o choque entre as duas embarcações.
Além do Sistema Ferry-boat, a Ilha de Itaparica conta também com as lanchas da Travessia Salvador-Mar Grande, que faz o transporte complementar exclusivo de passageiros entre o Terminal Náutico, no Comércio, em Salvador, e o Terminal de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica. As saídas são de meia em meia hora nos dois terminais. A previsão é de grande movimento na travessia, conforme informa nesta quarta-feira a Astramab, a Associação dos Transportadores Marítimos da Bahia.
Agora funcionando de hora em hora – das 5h até às 23h30 -, o Sistema Ferry-boat continua se arrastando e mostra para a população da Bahia e para milhares de visitantes o retrato real de um serviço de péssima qualidade, que deveria ser, mas não é ficalizado pelo Governo do Estado.