Taxistas na reunião com o prefeito de Vera Cruz e vereadores: nenhuma solução para o alvará mais caro do Brasil.
REDAÇÃO DO JORNAL DA MÍDIA
A decisão da Prefeitura de Vera Cruz em prorrogar o pagamento do alvará que vence em 2022 para 2023 frustrou a expectativa dos taxistas do município, que desde o início da pandemia enfrentam dificuldades com a queda drástica de faturamento.
O alvará cobrado pelo município de Vera Cruz é considerado o mais caro do Brasil, segundo levantamento da Associação Geral dos Taxistas. Enquanto a Prefeitura local cobra nada menos que R$ 432, a Prefeitura de Salvador cobra R$ 91. Lauro de Freitas pratica a taxa de R$ 77 e Simões Filho, R$ 82.
Com a decisão anunciada pelo prefeito Marcus Vinícius nesta quinta-feira (18) em encontro com os taxistas (confira o vídeo mais abaixo), em 2023 a categoria vai ter que desembolsar nada menos que R$ 864 para pagar dois alvarás – o que vence em 2022, prorrogado, e o de 2023.
Não zerou nada
Nas redes sociais da Ilha de Itaparica, informações em massa atribuídas ao prefeito de Vera Cruz apontavam que o mandatário tinha “zerado” a dívida dos taxistas. Em vídeo gravado na reunião com os taxistas e que contou também com a presença de vereadores, o gestor fala claramente em “prorrogar” e não zerar.
“Faltou sensibilidade ao prefeito que fez o o anúncio da prorrogação e não deu a isenção tão esperada pelos taxistas. O prefeito discursou diante dos 13 vereadores, que atônitos nada fizeram. Não houve qualquer manifestação dos edis em defesa dos trabalhadores que estavam presente”, explicou Ítalo Bulhosa, advogado dos taxistas.
Em Vera Cruz, cidade da Ilha de Itaparica, atuam 300 taxistas. Por ser uma cidade onde o turismo é considerado atividade mais importante para movimentar a economia, os taxistas enfrentaram sérios problemas para se manter nesses quase dois anos da pandemia do coronavírus quando o setor enfrentou uma crise sem precedentes.
“Nada mudou, o alvará de Vera Cruz continuará sendo o mais caro do Brasil. Mas a categoria vai continuar lutando para reverter o valor dessa taxa absurda. Vera Cruz não comporta praticar um alvará de valor tão exorbitante”, sustentou Ítalo Bulhosa.