A CPI ouve nesta terça (28) a advogada Bruna Mendes Morato, responsável por ajudar médicos a elaborar um dossiê sobre Prevent Senior. Bruna relata que a empresa ameaçava médicos com demissão para que distribuíssem o ‘kit Covid’, inclusive para pacientes com comorbidades.
A advogada afirma que a Prevent e médicos do ‘gabinete paralelo’ fizeram um pacto pró-hidroxicloroquina para evitar lockdown. Segundo ela, a operadora disponibilizava os medicamentos sem eficácia porque custo era menor do que o de uma internação.
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Respondendo ao relator Renan Calheiros (MDB-AL) sobre o caso específico do médico Anthony Wong, defensor do tratamento precoce que morreu de covid-19, em janeiro, no hospital da Prevent Senior, a advogada Bruna Morato afirmou que não teve acesso “de forma espúria” ao prontuário do paciente.
— Esses prontuários foram entregues pela própria Prevent Senior ao Conselho Regional de Medicina [Cremesp] em um processo injustamente movido contra um médico acusado de vazar essas informações. Consta no prontuário que ele fez uso de hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina e colchicina. Esses prontuários já foram disponibilizados pelo Cremesp à CPI.
Questionada por Renan Calheiros (MDB-AL) sobre a prescrição indiscriminada de medicamentos, Bruna Morato disse que houve uma intenção inicial da operadora de “acompanhamento mais completo” dos pacientes pelo médico. No entanto, segundo ela, a demanda era tão alta que a Prevent passou a deixar de orientar o acompanhamento para fazer a prescrição da medicação sem eficácia comprovada. De acordo com a advogada, o protocolo não orientava pedidos de eletrocardiograma, de tomografia e até mesmo do exame de diagnóstico de covid-19, o PCR.
Fonte: Agência Senado