Especialistas já desconfiam ser outro o objetivo: usar o caixa da estatal binacional para investimentos na polêmica geração de energia nuclear.(Foto: Usina Angra 2/Divulgação)
CLÁUDIO HUMBERTO
Faz tão pouco sentido a nova estatal ENBpar (Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional), criada nesta segunda (13) para “controlar” outras duas, Itaipu e Eletronuclear, que especialistas já desconfiam ser outro o objetivo: usar o caixa da estatal binacional para investimentos na polêmica geração de energia nuclear. Em princípio, a nova estatal é desnecessária: os conselhos de administração das outras duas são nomeados pelo governo para definir políticas e estratégias.
Olho no caixa
O governo está de olho no caixa e principalmente no potencial de Itaipu Binacional, inclusive para alavancagens em dólares.
Primo rico
Em 2023, quando o tratado que criou Itaipu completa 50 anos, sua dívida será zerada e a receita anual livre vai a US$2 bilhões (R$10,4 bilhões).
É só o começo
A nova estatal nasce com a denominação “participações” sugerindo, por exemplo, uma constelação de futuras empresas no campo nuclear.
Promessa pendente
O fato é que o presidente Jair Bolsonaro prometeu vender ou fechar estatais, mas, até agora, mil dias depois, quase nada aconteceu.