Marina Silva em entrevista a Rogério Costa na Rádio Gazeta AM, em Maceió. Foto: Patrícia Mendonça/Gazetaweb
CLÁUDIO HUMBERTO
A reforma eleitoral aprovada na Câmara em primeiro turno, que ameaça com o retrocesso das coligações, pretende dar uma baita colher de chá ao Rede, partido de Marina Silva, e outros “nanicos” em vias de extinção por falta de votos. O Rede tem “ativos” valiosos, como suas relações com o Supremo, onde obtém quase tudo que deseja, e a ligação à causa ambientalista. Após 2018, quando elegeu só um deputado, entrou em declínio. As perspectivas para 2022 são ruins, mas resta a coligação.
Que ideologia?
Com a volta das coligações e a criação da “federação de partidos”, agora é oficial: programas e ideologias serão secundários.
Só pensam nisso
A reforma estabelece, na prática, que partidos vão se aliar para faturar melhor no “rachuncho” dos fundos eleitoral e partidários bilionários.
Apenas negócios
Coligação e “federação” preservam negócios gerados por partidinhos de aluguel. Na venda de tempo na TV, por exemplo, muitos ganham muito.
Os pequenos
Atualmente, dez partidos (PTB, Podemos, Psol, Novo, Avante, PCdoB, Cidadania, Patriota, PV e Rede) não atingem a exigência mínima da cláusula de barreiras para 2022: eleger 11 deputados federais.
Bom senso
O jornalista Glenn Greenwald mostra como as diferenças de ideias devem permanecer nisso, nas ideias. Disse achar “repugnantes” Roberto Jefferson e Daniel Silveira. Porém, “continuo preocupado com perigos de uma prisão sem julgamento: pode ser usada contra qualquer um”.
Dois pesos
Ex-presidente do PT, Rui Falcão acusou o STF de revogar a presunção de inocência e de gestar “um perigoso estado de exceção”. Isso, em 2016. Deve ter escapado por tratar de Lula, não de Roberto Jefferson.
Histórico desfavorável
O ex-deputado Wadih Damous (PT-RJ) também escapou de represália, em 2018, ao exercer sua liberdade de expressão: “Tem de fechar o Supremo Tribunal Federal!”. O vídeo foi publicado no Facebook.
Quatro linhas curvas
O deputado Vitor Hugo (PSL-GO) cobrou do presidente do Senado a votação do pedido de impeachment do ministro do STF Alexandre de Moraes, após mandar prender Roberto Jefferson. “E aí, Rodrigo Pacheco? Dentro das quatro linhas? Vai sair da inércia?”.
Conta da corrupção
Estudo encomendado pela CUT acusa a Lava Jato de retirar do Brasil R$172,2 bilhões em investimentos, R$ 47,4 bilhões em impostos e ainda causar 6,5 milhões de demissões. Faltou incluir na conta as dezenas de bilhões que a turma do PT meteu no bolso.
Ritmo argentino
Tão elogiada por políticos de oposição brasileiros, a Argentina não conseguiu aplicar sequer um quarto das vacinas que o Brasil aplicou. E os hermanos começaram a vacinação três semanas antes.
Virou prioridade
Além de liberar R$ 940 milhões do orçamento federal para investimentos em saneamento básico, o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento) autorizou até R$ 802,5 milhões para financiamentos em dez Estados.
Pensando bem…
…a Câmara misturou reforma administrativa com reforma política e reforma eleitoral. Resultado: só ganham os políticos.