Em 11 de março, quando ainda era ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello se reuniu com intermediários que ofereceram doses da vacina CoronaVac pelo triplo do preço. No contrato do governo federal com o Instituto Butantan, para fornecimento da mesma vacina contra a Covid, as doses saíram a US$ 10 cada. Mas, por meio dos intermediários recebidos pelo ex-ministro, o preço seria US$ 28 por dose.
A informação foi publicada em primeira mão pelo jornal “Folha de S.Paulo”. O blog de Valdo Cruz, no Portal G1, comentarista político da GloboNews, confirmou a reunião. Um vídeo, em posse da CPI da Covid, e publicado pela Folha, registrou os momentos finais da reunião. O blog de Valdo Cruz também teve acesso ao vídeo. Assista no topo da página.
De acordo com apurações da CPI da Covid, os intermediários são de uma empresa de Santa Catarina, a World Brands. Até a última atualização deste texto, a empresa não tinha se manifestado.
A CoronaVac foi a vacina mais atacada pelo presidente Jair Bolsonaro — por razões ideológicas e pela rivalidade política com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Por mais de uma vez, Bolsonaro afirmou que não compraria a “vacina da China”. Ele chegou a desautorizar Pazuello, mandando cancelar um protocolo de intenções entre o Ministério da Saúde e o Butantan para fornecimento da vacina. No final de outubro, em um cenário de escassez de vacinas, o governo cedeu e assinou contrato com o Butantan.
No vídeo, Pazuello diz que um intermediário identificado como John levou ao governo a oferta de compra de 30 milhões de doses da CoronaVac, fabricada na China pelo laboratório Sinovac e, no Brasil, por meio de parceria com a farmacêutica chinesa, pelo Instituto Butantan, de São Paulo.
Pazuello também diz que o encontro terminava com um memorando de entendimento já assinado e o “compromisso” do ministério de fazer o negócio.
Fonte: Blog de Valdo Cruz. Clique AQUi e leia matéria completa.