
CLÁUDIO HUMBERTO
As eleições de 2020 serão lembradas pelos erros de institutos que “amarelaram” e cancelaram as tradicionais pesquisas de boca de urna. O Datafolha apontou a vitória de Marília Arraes (PT) no Recife e o Ibope “viu” Manuela D’Ávila (PCdoB) na frente (51% a 49%) em Porto Alegre, mas deu Sebastião Melo (55% a 45%). Ainda errou na precisão de votos de Bruno Covas (PSDB) em São Paulo. O dia da eleição chegou, os resultados foram outros e os institutos tentam explicar o inexplicável.
MUITO ALÉM DA MARGEM
Em Fortaleza, o Ibope apontou na véspera da eleição que Sarto, do PDT, venceria com 61%. Errou por dez pontos: ele venceu com 51%.
LONGE DA PRECISÃO
Em Belém (PA), o atual prefeito Edmilson (Psol) venceria o segundo turno, segundo o Ibope da véspera, por 16 pontos. Ganhou por 3,5%.
HISTÓRICO NÃO RECOMENDA
As pesquisas também deram vexame em 2018, com Witzel no Rio e Romeu Zema em Minas, e nas derrotas de Dilma e Eduardo Suplicy.
PAUTA HOLOFOTE
É triste a perda de tempo do STF discutindo a “obrigatoriedade” de uma vacina que não existe. O STF deve ter mais a fazer. A obrigatoriedade será imposta pelo mercado, da entrevista de emprego à viagem de avião.
OJERIZA REAFIRMADA
A eleição em Maceió confirmou que os eleitores da capital alagoana não aceitam o domínio do clã Calheiros desde 1988, quando o senador perdeu para Guilherme Palmeira. Desde então, todos os candidatos que ele apoiou foram derrotados, e a maioria nem chegou ao segundo turno.
VITÓRIA DE UM PROFISSIONAL
A vitória de Cícero Lucena (MDB) em João Pessoa pode ser considerada a síntese da vontade do eleitor na disputa de 2020. Venceu alguém que cultiva o diálogo, busca o entendimento, prioriza a velha e boa política.
OS MAIORES DE SEMPRE
Entre as sete capitais que disputava no domingo, o MDB venceu em cinco delas e voltou a ser o partido com o controle do maior número de capitais estaduais. DEM e PSDB têm quatro cada.
ASSUNTO QUE IMPORTA
Cármen Lúcia (STF) decidiu que Bolsonaro não pode bloquear usuários hostis no Twitter porque tudo que ele escreve é “oficial”. O entendimento é que o presidente é obrigado a agasalhar desaforos em suas redes.
MÉDIA ALTA
Capital do Pará, Belém registrou a menor taxa de abstenção no segundo turno, entre as 18 capitais: 20,77%. Já Goiânia foi a recordista de domingo: 36,75% dos eleitores não compareceram às urnas.
FEZ DIFERENÇA
No Rio de Janeiro a taxa de abstenção superou até mesmo o número de votos obtidos pelo vencedor Eduardo Paes (DEM). O prefeito eleito teve 1,62 milhão de votos e 1,72 milhão de cariocas ficaram em casa.
DEBATE IMPORTANTE
O TCU promove, dias 3 e 4, o Fórum Nacional de Controle com foco na inovação para a educação. O ministro Augusto Nardes, coordenador do fórum, destaca a integração de instituições de controle e a sociedade.
PERGUNTA NAS REDES
Melhor instituto de pesquisa ou cartomante?