O presidente Bolsonaro se irritou com o anúncio do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), de que o governo federal vai comprar 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra Covid-19 do Instituto Butantan produzida em parceria com a empresa chinesa Sinovac.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (21) pelo blog da jornalista Andréia Sadi, comentaria política da TV Globo e do Canal GloboNews.
A publicação informa que o acordo do Butatan com a Sinovac, o laboratório chinês responsável pela vacina, prevê a compra de 46 milhões de doses. Dessas, segundo o instituto, 6 milhões virão prontas da China e 40 milhões serão finalizadas no Brasil. Não está claro a quais doses Bolsonaro se refere ao dizer que não comprará vacina da China.
A insatisfação de Bolsonaro foi manifestada em mensagem do presidente a ministros, por celular. Hoje, ministros do núcleo duro do governo ficaram de se reunir para decidir o que fazer, diz Andréia Sadi.
Bolsonaro escreveu a ministros que “não compraremos vacina da China e reforçou que seu governo não mantém diálogo com Doria sobre Covid-19. A mensagem foi divulgada inicialmente pelo site Poder360 e confirmada pelo Glob.
A avaliação de fontes da Esplanada é a de que Pazuello não tem “malícia política”, e deixou Doria – adversário de Bolsonaro – “capitalizar” o anúncio.
Segundo auxiliares do presidente, Bolsonaro desautorizou Pazuello. No entanto, perguntado pelo blog se o governo vai recuar da decisão da compra das vacinas, fontes do governo afirmam que o Planalto vai discutir o assunto.
O governo tem reforçado o discurso de que a vacina não será obrigatória – mas já teme o desfecho do tema no STF, já que a Corte deve decidir sobre o assunto.