A produção industrial da Bahia voltou a apresentar variação positiva (0,6%) em junho frente ao mês anterior, na comparação com ajuste sazonal, após ter avançado na passagem de abril para maio (6,4%). Ainda assim, houve forte desaceleração no resultado. Nos quatro meses de março a junho, a queda acumulada na produção industrial baiana foi de -22,4%, reduzindo muito pouco em relação ao acumulado até maio (-22,8%).
De maio para junho, a alta da atividade fabril na Bahia (0,6%) foi a segunda menor entre os 15 locais investigados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) Regional do IBGE. Ficou acima apenas do resultado do Espírito Santo (0,4%) e bem abaixo do desempenho nacional (8,9%). Em relação a junho de 2019, a produção industrial baiana seguiu em queda (-14,4%). Foi o terceiro resultado fortemente negativo nesse confronto, mas mostrando desaceleração no ritmo de recuo em relação aos meses anteriores (-26,2% em abril e -20,6% em maio). Ainda assim, foi o pior junho da produção industrial baiana na série histórica do IBGE, iniciada em 2002.
No primeiro semestre de 2020, a produção da indústria na Bahia acumula perda de 7,3%, em relação ao mesmo período de 2019. O resultado é melhor que o do Brasil como um todo (-10,9%). Nos 12 meses encerrados em junho, a indústria na Bahia também se mantém no negativo (-5,6%), frente aos 12 meses imediatamente anteriores. O resultado está idêntico ao verificado no Brasil como um todo (-5,6%).
Produção automobolística caiu à metade
O recuo na produção industrial da Bahia na comparação com junho de 2019 (-14,4%) refletiu a queda na indústria de transformação (-15,9%). Já a indústria extrativa mostrou crescimento no mês (18,3%), após quatro retrações consecutivas.
Das 11 atividades da indústria de transformação investigadas separadamente no estado, 5 tiveram quedas de produção, com destaques, mais uma vez, para a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias (-87,9%) e metalurgia (-36,1%).
Os segmentos apresentaram os maiores recuos e deram as principais contribuições para o resultado negativo da indústria baiana como um todo. A indústria automobilística no estado cai seguidamente desde fevereiro e tem o pior desempenho no primeiro semestre de 2020, com uma produção 52,9% menor do que a do mesmo período de 2019. Houve queda em todos os produtos pesquisados na Bahia, no mês de junho.
Já a metalurgia vem em quedas seguidas há mais tempo, desde setembro de 2019, e acumula recuo de -34,0% no primeiro semestre de 2020.
Entre as 5 atividades industriais com aumento de produção em junho20/ junho19 na Bahia, os destaques, em termos de magnitude da taxa, foram para fabricação de produtos de minerais não-metálicos (39,5%) e de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (18,5%).
Ambos os segmentos vêm de uma série de resultados negativos seguidos e ainda mostram recuos no acumulado no primeiro semestre (de -7,8% e -13,2% respectivamente).
A atividade que mais contribuiu reduzir a queda da produção industrial baiana em junho foi, novamente, a fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis (13,3%), que teve o terceiro maior crescimento, mas tem o maior peso na estrutura do setor.
É de longe o segmento com melhor desempenho no ano de 2020, mostrando alta acumulada de 28,3% no primeiro semestre. Nesse acumulado no ano, a fabricação de celulose, papel e produtos de papel tem o segundo melhor resultado (10,7%), reforçado pelo crescimento da produção em junho (9,2%).