CLÁUDIO HUMBERTO
A ideia do coronavoucher de R$600 por pessoa ia bem até que entrou em cena a conhecida burocracia brasileira, adotada por políticos para criar dificuldades a fim de que eles possam “vender” facilidades. O vice-presidente da Caixa Paulo Henrique Angelo foi o primeiro a deixar claro que ele só seria pago a quem, além de vários requisitos, estivesse com o CPF regular. Menos de 24h depois, houve aglomeração de milhares de brasileiros em frente a agências da Receita, todos expostos ao vírus.
PIOROU TUDO
O coro dos burocratas engrossou quando o ministro Onyx (Cidadania) disse que ia seguir exatamente o que prevê a lei. “CPF regular”, disse.
MUNDO DA FANTASIA
Angelo falou em usar a internet na regularização, sem se dar conta que mais da metade das pessoas das classes D e E não acessa a internet.
MUNDO REAL
Segundo pesquisa TIC Domicílios, apenas 48% dos lares mais pobres, justamente quem vai precisar do coronavoucher, estão conectados.
BANDIDO ATÉ PROVAR O CONTRÁRIO
Em vez da máxima de que a pessoa é inocente até que se prove o contrário, burocratas puseram preocupação com fraude acima da vida.