CLÁUDIO HUMBERTO
O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, foi uma das pessoas mais decepcionadas com a hesitação do presidente Jair Bolsonaro ante a decisão de demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Mais cedo, ontem, sua aposta era de que Bolsonaro, “fraco e covarde”, não demitiria o ministro: “Ele não usa caneta nada”. E ainda afirmou que cogitava presentear o presidente com uma finíssima caneta Mont Blanc.
COMO GESTOR, É RUIM
Mandetta dormiu ministro, se é que conseguiu pegar no sono, mas na avaliação do governador do DF sua atuação como gestor é muito ruim.
ATÉ AGORA, NADA
“Não tenho notícia de que ele tenha comprado um único respirador nos últimos 40 dias, nem apoiou os Estados na construção de mais UTIs”.
MINISTRO RODA PRESA
Apesar de o Tesouro estar aberto para Saúde, o dinheiro não chega aos Estados no volume e com a presteza necessários, diz Ibaneis.
NOME FORTE
O almirante Antonio Barra Torres, diretor da Anvisa, é forte para ministro da Saúde. Ele conheceu Bolsonaro quando Torres foi vice-diretor do Hospital Naval Marcílio Dias, no Rio, que recebeu recursos de emendas do então deputado. Como o amigo presidente, gosta de motos e tiros.
BRIGA É POR CARGOS
Davi Alcolumbre ameaçou retaliar o governo caso ministro da Saúde, do seu partido, o DEM, fosse demitido. É de se imaginar a reação do presidente do Senado caso o Planalto se metesse em suas nomeações.
DEMISSÃO VAI SAIR
Mandetta será mesmo demitido. Político experiente, o presidente da República sabe que vai apequenar sua autoridade, mantendo o atual ministro no cargo. E criando uma opção a ele na corrida presidencial.
TIROCÍNIO POLÍTICO
O ministro Braga Netto (Casa Civil) foi uma das vozes mais ponderadas pela permanência do ministro da Saúde no cargo. Não por gostar de Mandetta, mas por ter clareza de que haveria aproveitamento político da fragilidade de um País assustado com o coronavírus, para se vitimizar.
PEQUENOS NEGÓCIOS
“Nosso foco principal é auxiliar os pequenos negócios, com até dez funcionários”, disse o ministro Rogério Marinho, sobre os R$ 6 bilhões em linhas de crédito emergencial para micro e pequenas empresas.
IDEOLOGIA VENCE O VÍRUS…
Os servidores do Ministério da Saúde deveriam dar exemplo, em vez de parar de trabalhar e promover aglomeração para protestar contra uma demissão que não houve. Que horror. O “protesto” só resistiu até o fim do expediente. A maioria se mandou quando o relógio marcou 18h.
VELHA MALANDRAGEM
Quem é de Brasília sabe que protestos de servidores de ministérios são frequentes sobretudo para exigir a manutenção de privilégios. Mas só ocorrem na hora do expediente, é claro.
SORRINDO À TOA
A separação forçada de parentes próximos, namorados, casais e até as festas de aniversário por videoconferências fizeram disparar as vendas de presentes e de flores online. O aumento nos pedidos chega a 100%.
PENSANDO BEM…
…o maior prejudicado na “troca de farpas” entre Bolsonaro e Mandetta, acabou sendo João Doria, que sumiu do noticiário.