Mesmo sem ser dono de avião ou ter fretado avião desde que retornou ao Congresso, em fevereiro deste ano, o senador Jaques Wagner (PT) usou R$ 9,4 mil da cota parlamentar em 2019 para comprar combustível de aviação, segundo publica a coluna Satélite, do jornal Correio.
As informações, conforme a publicação, contam no detalhamento de gastos dos senadores, cujos dados estão disponíveis no site de Transparência do Senado, incluindo notas fiscais recentemente liberadas pela presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A primeira aquisição ocorreu em 4 de maio, no valor de R$ 1,5 mil.
A segunda foi realizada em 17 de agosto, no montante total de R$ 2.845. O maior ressarcimento a Wagner por despesas com gasolina de aviação data do último dia 19, quando foram pagos R$ 4,9 mil à Air BP Petrobahia.
Procurada, a assessoria do senador informou que as notas fiscais se referem à compra de combustível usado em aeronaves compartilhadas com outros parlamentares, para utilização a serviço do mandato, “em absoluta conformidade com as normas do Senado”.
Semana passada, Jaques Wagner foi denunciado pela revista Crusoé por utilizar uma pista de pouso clandestina em Brasília, junto com os senadores Ângelo Coronel e Otto Alencar. Com o título Acarajé voador, a revista relata:
A Crusoé acompanhou a rotina de uma pista de pouso clandestina em Brasília, que caiu no gosto dos poderosos que procuram escapar dos olhares curiosos, da burocracia e (por que não?) da rígida fiscalização do aeroporto internacional.
No dia 10, por exemplo, flagrou o desembarque de toda a bancada baiana no Senado. Jaques Wagner, do PT, e Angelo Coronel e Otto Alencar, ambos do PSD, chegaram em um Learjet 45 avaliado em 12,5 milhões de reais.
O avião está registrado em nome de uma empresa de Coronel, que, além de senador, é dono do Grupo Corel, conglomerado controlado por offshore sediada no Panamá.
O Brasil é inacreditável.