As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e a incidência de problemas cardíacos durante o inverno aumenta em 25%, segundo a Associação Americana do Coração (American Heart Association). Os dados ainda mostram que quando a temperatura alcança médias diárias abaixo de 14 °C (graus Celsius), os casos de morte por infarto do miocárdio sobem para até 30%, e a cada 10° C a menos na temperatura, o risco de infarto cresce em 7%.
“Isso ocorre porque as reações do organismo às baixas temperaturas levam à necessidade de algumas adaptações no sistema cardiovascular, que trabalha mais para manter seu equilíbrio”, explica Paola Smanio, cardiologista do Grupo Fleury, que detém a marca soteropolitana Diagnoson a+.
De acordo com a médica, as reações incluem constrição dos vasos sanguíneos, respiração superficial pela boca, aumento da frequência cardíaca e, consequentemente, aumento do consumo de oxigênio pelo músculo do coração. Além disso, o frio excessivo pode levar à ruptura de uma placa aterosclerótica, causando a obstrução da artéria e a trombose intravascular e, consequentemente, ao infarto.
Outras doenças cardiovasculares também podem ser desencadeadas pelo frio, como o Acidente Vascular Cerebral (AVC) e arritmias cardíacas, que tem a poluição atmosférica como outro dos agentes responsáveis. “Outro fator que demanda atenção em relação às doenças cardiovasculares e o frio é a ocorrência mais frequente das doenças respiratórias e a presença de infecção, que podem aumentar o risco de descompensação ao instabilizar uma placa de gordura ou mesmo piorar o quadro clínico de falta de ar das pessoas que sofrem de insuficiência cardíaca estável”, alerta a especialista.
Entre os sintomas mais comuns do infarto, estão: dor no peito, falta de ar, náuseas, dor no braço esquerdo, dor nas costas, no pescoço ou no estômago, que também podem ser iniciadas após esforço ou situações de estresse e, até mesmo, em repouso. “A dor pode ser em aperto, opressão, queimação ou de difícil caracterização. O fato é que qualquer sintoma deve ser investigado”, explica a médica.