Com o objetivo de fortalecer iniciativas voltadas para a questão das mulheres negras na Bahia, região nordeste e alguns outros estados do país, o Julho das Pretas chega à 7ª edição este ano. Durante todo o mês de Julho, núcleos e coletivos têm se articulado entre si, em uma grande campanha de cultura, identidade e empoderamento das mulheres.
A ideia é celebrar o dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina-americana e Caribenha, com atividades diversas acontecendo durante todo o mês. O calendário integrado de eventos inclui mais de 150 atividades. Apresentações culturais e artísticas, oficinas, rodas de conversas e seminários em diferentes locais de Salvador e outras cidades do Nordeste. [Confira a programação completa].
Nesta edição, uma das novidades são as visitas à escolas baianas, onde coletivos propõem oficinas, rodas de conversas e atividades culturais com os estudantes. A agenda do Julho das Pretas nas Escolas é fruto de uma ação conjunta entre o Odara – Instituto da Mulher Negra e professoras, gestoras e coordenadoras das escolas. Desde o começo do mês ocorrem várias atividades em alusão à luta das mulheres negras na sociedade em celebração ao 25 de Julho.
Outra atividade prevista no calendário soteropolitano é o stand up Tia Má com a Língua Solta, apresentação única da digital influencer, youtuber e jornalista, Maíra Azevedo, mais conhecida como Tia Má. Estará em cartaz no Teatro Eva Herz (Salvador Shopping), no dia 25 de julho, às 20h. Ingressos R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).
Pela primeira vez integrado ao Julho das Pretas, o espetáculo de Tia Má, “é uma forma de fazer rir e ao mesmo tempo causar reflexão acerca do que sofre a mulher negra na sociedade”, diz a influenciadora.
Ela explica que as apresentações buscam tratar, com bom humor, diversas situações que envolvem racismo ou machismo no dia a dia. “Muitas vezes, a plateia se identifica com as situações expostas”, conta. “Se veem como oprimidas ou como causadoras de alguma opressão”, diz.
A Coordenadora do Programa de Comunicação do Instituto Odara, Naiara Leite, explica que o maior objetivo da agenda integrada de eventos Julho das Pretas é sensibilizar as mulheres negras de diferentes setores da sociedade. Para Leite, é necessário “refletir sobre os atravessamentos que o racismo provoca e trazer uma perspectiva de reação das mulheres [negras]”.