A situação de Joaquim Levy na presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ficou insustentável depois da declaração do presidente Jair Bolsonaro, que no sábado (15) afirmou que Levy estava com a “cabeça a prêmio”.
O jornalista Gerson Camarotti, da GloboNews, disse em seu blog no G1, que o que se viu foi uma espécie de fritura explícita, muito semelhante ao que aconteceu com Gustavo Bebbiano (primeiro ministro a deixar o governo), Ricardo Vélez Rodríguez (demitido do Ministério da Educação) e, na última semana, com o general Santos Cruz.
Não era de agora que havia um incômodo entre Bolsonaro e Levy. Há três meses, o presidente pedia a cabeça de Levy. O ministro da Economia, Paulo Guedes, conseguiu segurar Levy no cargo por causa da reforma da Previdência, agenda prioritária do governo.
No sábado (15), antes da decisão de Levy, Guedes deixou claro que o então presidente do BNDES não ficaria no governo. No sábado à noite, Guedes já havia admitido que entendia a “angústia” de Bolsonaro com Joaquim Levy.
Bolsonaro, na campanha, tinha o discurso de fazer uma espécie de devassa, de “abrir a caixa-preta” do banco. Bolsonaro sempre demonstrou incômodo com os empréstimos feitos pelo banco, ainda em gestões passadas, a países como Cuba e Venezuela. Mas essa devassa não foi feita por Levy.