Com uma estratégia mais agressiva na disputa por espaços no governo do Estado, o PP mira postos ocupados pelo PSD na gestão do governador Rui Costa (PT). De acordo com a coluna Satélite, do jornal Correio*, depois de conseguir a eleição do deputado Nelson Leal para a presidência da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), a sigla do vice-governador João Leão quer agora o comando da Secretaria da Infraestrutura, uma das mais cobiçadas pelos partidos da base por conta do volume de recursos que administra.
Vale lembrar que o ”chefão” do PSD, Otto Alencar, foi o sucessor de João Leão, na Secretaria de Infraestrutura. Na época que passou pela Seinfra, no governo Wagner, Leão criou o programa “buraco zero”, que previa deixar as estradas da Bahia sem um buraco sequer. Foi um fracasso total.
Leão e Otto Alencar estão empatados e brigam pra ver quem errou mais na Seinfra, quando por lá passaram: um criou o “buraco zero”. O outro foi buscar no Maranhão a Internacional Marítima (hoje Internacional Travessias) e o ferry-boat continua caótico. Aliás, essa travessia Salvador-Bom Despacho é um verdadeiro inferno para os baianos. Só a Bahia mesmo pode abrigar esse servicinho.
Além das rodovias e aeroportos, a Seinfra controla o transporte intermunicipal de passageiros e o sistema ferry-boat. Apesar de ser um serviço concedido à Internacional Travessias, quem manda mesmo no Sistema Ferry-boat é a Seinfra. Até navio compra. Outra atribuição importante da Seinfra é controlar as concessões das rodovias estaduais pedagiadas.
Embora Rui já tenha sinalizado para a permanência de Marcus Cavalcanti – indicado pelo PSD de Otto Alencar – na Seinfra, o PP avisou que quer uma secretaria mais encorpada. Ainda segundo a publicação, além do crescimento do partido na Assembleia, os pepistas argumentam que o PSD já comanda uma pasta robusta – a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), cujo titular é Demir Barbosa (PSD), ex-prefeito de São Desidério.
Conforme a coluna, a mudança de postura de Leão nas negociações com o governo é fruto de pressão de integrantes da legenda no Estado, que cobravam do vice-governador mais firmeza nos diálogos por espaços na administração.