Agentes da Polícia Federal e procuradores da República voltaram às ruas na manhã desta quinta-feira para cumprir ao menos nove mandados de prisão, cujo principal alvo é o governador Luiz Fernando Pezão , acusado de receber propina milionária. A ordem para esta nova fase da Lava-Jato foi dada pelo ministro e relator do caso Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que também relatou a Operação Quinto do Ouro, que prendeu cinco conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) em março do ano passado. O pedido de prisão foi feito pela PF do Rio, com aval da Procuradoria Geral da República (PGR), a um mês do sucessor de Sérgio Cabral terminar o mandato. Calmo, Pezão pediu para tormar café da manhã antes de ser preso.
A ação que levou à prisão o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), e assessores foi batizada pela Polícia Federal de Operação Boca de Lobo, em alusão aos dispositivos instalados em vias públicas para o recebimento de águas da chuva drenadas pelas sarjetas com destino às galerias pluviais.
No total, são 150 policiais federais envolvidos no cumprimento de 39 mandados judiciais expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça nos Estados do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, Piraí, Barra do Piraí, Volta Redonda e Bom Jardim) e Minas Gerais (Juiz de Fora), dos quais nove mandados de prisão preventiva e 30 mandados de busca e apreensão.
De acordo com a Polícia Federal, o objetivo é reprimir os crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa e passiva, cometidos pela alta cúpula da administração do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
A operação conta com a participação do Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal (RFB).
A Polícia Federal informou ainda que as investigações começaram em julho deste ano com a homologação da colaboração premiada de operador do ex-governador do Rio de Janeiro, Carlos Miranda.