Embora quem mora dentro da cidade culpe os agricultores pela baixa vazão dos rios que banham o oeste da Bahia, quem percorre as margens dos rios da região pode identificar inúmeras irregularidades que, juntas, contribuem para reduzir o nível das águas. Plantações e desmatamentos das margens pelas populações ribeirinhas, acesso irrestrito do gado ao leito, construção de casas e retirada de água sem autorização são bastante comuns e, aos poucos, impactam e reduzem a vazão do rio. Para diagnosticar e fiscalizar os possíveis danos causados pelos pequenos proprietários de terras que ficam à beira dos rios, a Secretaria de Meio Ambiente e pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) começou, somente no início deste mês, uma ação de para cadastrar as propriedades do oeste da Bahia.
Proprietários de terra que destinam suas áreas para a agricultura já estão devidamente registrados, há mais de cinco anos, no Cadastro Estadual Florestal de Imóveis Rurais (Cefir), incentivados pela Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). Baseado nestes dados, inclusive, a Embrapa Territorial demonstra que os agricultores baianos são os que mais respeitam a vegetação nativa e os recursos hídricos. Este estudo deverá ser divulgado no dia 13 de setembro, durante a Semana do Cerrado, em Barreiras.
Assim como aconteceu na adesão dos empreendimentos rurais no Cerrado, o cadastramento dos imóveis rurais em áreas do vale de imóveis que ficam nas margens dos rios vai permitir obter dados para melhor planejamento e gestão dos múltiplos usos de água, além de promover ações para os pequenos proprietários, que porventura, estejam desrespeitado a legislação ambiental e podem estar impactando áreas de preservação permanente (APP´s), como nascentes, margens de rio, veredas e brejos, dos rios nas bacias dos rios Corrente, Grande e Carinhanha.
Esta é a primeira vez que os órgãos ambientais baianos tomam uma medida prática para um levantamento de todas as propriedades rurais, incluindo também as pequenas propriedades. “Equipes de monitoramento do Inema estão se dirigindo à região, com a finalidade de obter mais informações, para subsidiar posteriores decisões a fim de garantir a segurança hídrica da população e dos usuários da água da bacia”, afirmou o Inema por meio de nota publicada no Diário Oficial do Estado.